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sábado, 15 de dezembro de 2007

Do Iberfolk ao Douro e ao Marão ... e quando sou avô numa caminhada!

Depois do périplo asturiano, o segundo semestre de 2007 caracterizou-se por sucessivas actividades cami-nheiras ... sempre com Vale de Espinho e as terras raianas no horizonte... J!
De 7 a 9 de Setembro, o II Iberfolk mobilizou o concelho do Sabugal, para uma mística que englobou música tradicional, caminhadas, contos tradicionais, tudo à sombra das velhas muralhas do Castelo de Sortelha.  É  claro  que  tínhamos de lá estar,  eu e a minha musa,  assistindo aos bailes e concertos,  mas
Chegada a Barca de Alva pelo Douro, 6.10.2007
participando também nas caminhadas de descoberta da Malcata: no percurso da "Patada da Mula", junto à barragem da Meimoa, no dia 8; nos trilhos do Espírito Santo e da Serra das Mesas, no dia 9.
Aproveitando o feriado de 5 de Outubro, o nosso "grupo dos sete" fez nova incursão ao Douro e à Invicta, incluindo o cruzeiro da Régua a Barca de Alva, a continuação do que tínhamos feito em 1999. Nesta subida do Douro ... pude portanto ver a foz do "meu" Côa a partir do Douro que o recebe, bem como a foz do seu "irmão" Águeda, limitando com terras castelhanas.
Cruzeiro no Douro: Foz do Côa, 6.10.2007
Rio Águeda, fronteira, na antiga linha internacional, 6.10.2007
Uma semana depois, participo na Marcha dos Fortes, organizada pela Câmara de Loures e o Clube "Ar Livre" (CAAL): 44 Km a pé, de Runa a Bucelas, pelos Fortes das Linhas de Torres. Até então o meu record pessoal de distância percorrida num dia.
Também com o CAAL, a 27 e 28 de Outubro participo na actividade "Nas Faldas do Marão": três caminhadas, em duas belas jornadas pela serra, com pernoita no parque de campismo de Amarante.
Nas Faldas da Serra do Marão, 28.10.2007
Menos de uma semana depois ... Vale de Espinho, nos Santos. Na tarde do próprio dia 1, levo uns primos há muito afastados dos campos e das serras a recordarem as Fontes Lares, a Serra Alta, a nascente do Côa, o Piçarrão. E no dia seguinte parto "à conquista" do Xálima,  que há muito  me cativava.  Do  alto  dos
Torre de Vigia do Xálima, até onde o "burro" pode ir, 2.11.2007
seus quase 1500 metros de altitude, tem-se dali uma vista deslumbrante. Os horizontes abrangem da serra da Penha de França à Marofa, à Estrela e à Gardunha; percebe-se o vale do Côa; por trás da serra de Penha Garcia, ressalta o morro de Monsanto.
No topo do Xálima, 1493m alt., 2.11.2007
Em tempos pré-romanos, estas terras eram habitadas pelos vetões, parentes próximos dos lusitanos. A origem etimológica do termo Xálima parece derivar de uma divindade pré‐romana que habitava estas montanhas, o deus Xalmas, deus da água. Os romanos deram à região o nome de Transcudânia, designação que perdura até hoje de ambos os lados da fronteira.
Um mês depois ... estava de novo na raia. A manhã do feriado de 1 de Dezembro foi preenchida com um raid pela Malcata, no meu "burro". Pelo Espigal, Ventosa, Malhada Medronheira e Concelhos, desci à barragem da Meimoa e ao Meimão. Deste, quis explorar o vale da Ribeira do Arrebentão, segui-o até à barragem do Sabugal, passei o Côa no Moinho do Cascalhal. No dia seguinte, o "burro" saltou pela Quinta das Vinhas, subiu ao Homem de Pedra, regressou pelas Fontes Lares ... sempre as Fontes Lares.
Salir do Porto, sobre a baía de S. Martinho...
... em caminhada "especial"... J, 15.12.2007
Entretanto, as caminhadas com a "família" Caminheira claro que também continuavam. Em Setembro, tínhamos estado no Parque de Santa Margarida, em Constância; em Outubro foi a vez do Pinhal do Rei; e no dia 10 de Novembro foi a caminhada do magusto, ao longo do meu velho Alviela. A caminhada de Dezembro, no dia 15, era de minha responsabilidade, na zona de Salir do Porto, entre o Paúl de Tornada e o mar. Com dois outros caminheiros, fiz o respectivo reonhecimento e preparação ainda em Novembro. Mas esta caminhada viria a tornar-se especial. A meio da caminhada, pouco antes da paragem para almoço, recebi uma notícia também especial: era, pela primeira vez ... avô! O meu neto mais velho nasceu nesse mesmo dia 15 de Dezembro ... o que naturalmente foi saudado e festejado na caminhada! Nascido com o avô em acção ... pode ser que venha a ser caminheiro... J! Pelo menos já participou entretanto em pequenas caminhadas... J
11/08/2011

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Astúrias 2007: quando levo pela segunda vez os Caminheiros ao paraíso asturiano

A 30 de Julho de 2007, os Caminheiros Gaspar Correia partiam pela segunda vez para uma actividade de verão nas Astúrias. Como referido no post anterior, apanhei o autocarro em Vilar Formoso, mesmo na fronteira, vindo de Vale de Espinho. Dois anos antes, quando pela primeira vez levei a "família" caminheira a Somiedo ... ficou logo prometida uma 2ª versão... J! Assim, logo no dia 31 fizemos a travessia do Puerto de Somiedo até Pola, pelo Alto del Moñón, Braña de Sousas, La Enramada e Coto de Buenamadre ... a travessia feita um ano antes, a dois, quando estávamos na Casa Buenamadre.
Subida da Collada Putracón, Somiedo, 31.07.2007
Subida da Collada Putracón, Somiedo, 31.07.2007
Subida para Los Michos, 31.07.2007 ...
e na "pedra do beijo... J
Descendo dos Michos para Valle de Lago, 31.07.2007
As duas primeiras noites desta "aventura" Caminheira ficámos em Pola de Somiedo. E se a nossa estadia na Casa Buenamadre, em 2006, nos tinha tornado amigos da Rosalía Álvarez ... esta estadia com os Caminheiros tornou-nos amigos do Herminio Cano e da Luz Gómez, proprietário e gerentes do Hotel Casa Miño, do Restaurante Cano e de diversos apartamentos na capital somedana. Havíamos de lá voltar várias vezes... J!
Consultando o GPS ... e vamos partir, 1.08.2007
No primeiro dia de Agosto, foi a vez da fabulosa travessia de La Peral a Villar de Vildas, pela Collada de La Enfistiella e a Pornacal, no vale do Pigueña. A parte inicial desta segunda caminhada foi desenhada com base nas cartas e no Google Earth; a partir da Collada Enfistiella ... repetiu a minha caminhada solitária de Agosto de 2004.
O vale do Pigueña, visto de La Enfistiella, 1.08.2007
Cameraman em acção, no vale do Pigueña
E de Villar de Vildas mudámo-nos para os valles del oso. O Albergue El Sabil, em Villanueva de Santo Adriano, em plena Senda del Oso, foi o nosso poiso para todos os dias seguintes ... que incluíram um dia de visita à capital das Astúrias, Oviedo, no dia 2 de Agosto.
"aventura" para a RTV Asturias
Oviedo, 2.08 - Entrevista sobre a nossa
Depois, dia 3, nova caminhada, de novo baseada no que tinha feito em 2006: de Bermiego passámos aos Puertos de Andruxas, descendo depois para La Rebollada e Pedroveya ... e a Ruta de Las Xanas, terminando
... e nos Puertos de
Andruxas
, 3.08.2007
quase directamen-te no El Sabil.
Puertos de Andruxas, entre Bermiego e La Rebollada, 3.08.2007
Ruta de Las Xanas, 3.08
Dia 4 foi um dia espe-
cial: em Fresnedo,
Teverga, visitámos a
Cueva  Huerta  e  o
Parque de La Prehistoria, verdadeiras jóias da Natureza e da ancestralidade asturianas. Também nesse dia, uns repetiram e outros fizeram pela primeira vez o percurso ciclista da Senda del Oso ... que desta vez incluiu a visita às famosas ursas Paca e Tola, no cercado próximo de Proasa ... e incluiu também um belo banho nas águas do Trubia. Nesse mesmo dia, à noite, os Caminheiros tinham uma surpresa: à semelhança de 2005, eu havia-lhes preparado uma "noite celta", com um espectáculo de folk asturiana, em que participou o próprio gerente do Albergue.
Parque de La Prehistoria, Teverga, 4.08
Cueva Huerta, Fresnedo, 4.08
Noite celta no "El Sabil", 4.08.2007
Dia 5 de Agosto esperava-nos uma pequena "aventura": a travessia dos Puertos de Agüeria, entre Llindes e Ricabo, em terras de Quirós, paredes meias com as alturas das Ubiñas. A área pertence ao então recente Parque Natural Las Ubiñas, o maciço que prolonga para sudeste as alturas da Mesa e de Somiedo. Aquele seria, como veio a ser, um percurso novo também para mim, que não conhecia. Por isso, apesar do recurso ao GPS e às cartas não me oferecer qualquer dúvida, a responsabilidade de acompanhar cerca de meia centena de pessoas ditou-me a decisão prévia de contratar um guia. Acontece que em vez de um ... apareceu um casal de guias ... que pareciam ter sido gaseados com algum produto estranho ... que se perderam durante a caminhada ... e que, com o GPS e as cartas ... levámos a bom porto... J! A caminhada, essa sim foi espectacular, através de paisagens de sonho, acompanhando em grande parte os Huertos del Diablo, os espigões rochosos que assinalam as duas Peñas Ubiñas.

Três imagens no trilho dos Puertos de Agüeria, com os
Huertos del Diablo como pano de fundo, 5.08.2007
 
No oitavo e último dia, 6 de Agosto ... regressávamos a casa.
10 de Agosto de 2011

domingo, 29 de julho de 2007

Pelas fragas e pragas de uma Primavera acidentada...

No início da Primavera de 2007, a Serra de Ossa recebeu o grupo de Caminheiros, em Março. Depois foi a
"Lá em baixo é Pesqueiro"... 1.04.2007
vez da barragem do Divor, em Abril, da Lagoa de Óbidos e da minha velha Tapada de Mafra, em Maio. Mas no fim de Março e início de Abril, passámos 10 dias em Vale de Espinho, em que voltei ao vale de Pesqueiro ... agora com guias! Efectivamente, o valespinhense que me havia transformado o velho palheiro em casa, filho de mãe espanhola, tinha sido lá criado. E até a minha sogra, que conheceu bem o trabalho nos "ranchos", voltou a Pesqueiro naquele dia das mentiras de 2007 ... relembrando a verdade da faina do azeite, mais de 50 anos antes.

Antiga casa da prensa, Pesqueiro, 1.04.2007
Memórias perdidas no tempo, Prensa de Pesqueiro, 1.04.2007
E no dia 4 de Abril faço uma caminhada solitária às Ellas, a partir da Serra das Mesas. Pelos Llanos de Navasfrias, desci a serra de Figuerola, até à Ermida do Espírito Santo e ao Canchal de las Muelas. No início do ano seguinte, o fojeiro Joaquim Dias publicaria "A Pita do Ti Zé Plim", que ele próprio apelidou de "novela-croniqueta"; ao lê-la, viria a recordar bem esta minha "aventura" dos Foios às Ellas.
Serra das Mesas, 4.04.2007. Objectivo: Ellas
Regresso pelo Picoto, numa tarde fria e a ameaçar chuva
O regresso foi por Valverde del Fresno e pelo Picoto, numa tarde fria e a ameaçar chuva. Tinha o meu "burro" à espera, entre os Foios e o Lameirão ... e quando lá cheguei tinha feito 31 km a pé.

11 a 13 de Maio foi outro fim de semana de fragas ... e pragas. O UMM levou-nos de novo à Quinta do Major e a Pesqueiro; há longos anos emigrada em França, a tia que nos acompanhou reviveu igualmente aqueles lugares "perdidos", e mostrou-os ao filho. No dia seguinte, participei numa caminhada organizada pela Câmara do Sabugal, entre Malcata e Vale de Espinho. Mas esse dia 13 de Maio ficaria marcado por
Da Quinta do Major ao Cabeço do Pão e Vinho, TransMalcata, 2.06.07
um grave acidente de viação, em que a minha sogra perdeu o braço direito. Posteriormente reimplantado, nunca mais viria contudo a ter mobilidade. Paradoxalmente o acidente deu-se quando, com um casal de Vale de Espinho ... regressavam de Fátima!
Com os Caminheiros, em Junho foi a vez das terras de Proença-a-Nova ... mas também os levo pela segunda vez a Vale de Espinho, para uma caminhada extra, longa e mais dura que a média: a TransMalcata, numa extensão de quase 30 km, ligando Vale de Espinho à Carreira de Tiro da Meimoa, pela Quinta do Major, Concelhos e Monte do Salgueirinho. E no dia seguinte ... Foios - Valverde, pelo caminho da Figuerola, que havia conhecido em Abril, regressando depois a Lisboa.
E entrávamos no verão de 2007. Com os Caminheiros, estava programada nova "aventura" asturiana ... mas no dia 27 de Julho havia uma caminhada nocturna, entre os Foios e Navasfrias, revivendo as rotas do contrabando. Assim, parti sozinho para Vale de Espinho, nesse dia 27 de Julho, para viver as cenas dos "carregos", dos carabineiros e dos guardas fiscais ... já que não tinha vivido ao vivo esse jogo do gato e do rato, da luta pela vida e pela sobrevivência.
Dois dias depois, no meu velho "burro", desço o Piçarrão, passo Valverde, vou à descoberta do velho castelo de Trevejo, qual pog inexpugnável, dominando a planície estremenha a sul, guarda avançada da Serra da Gata e do Xalmas, Jálama, Xálima, ou Enxalma, consoante a variante linguística que se queira adoptar. Em Vale de Espinho e na raia, aquelas serranias são conhecidas por Serra da Enxalma.

Nas encostas do Xálima, com Trevejo à vista, 29.07.2007
Castelo e aldeia de Trevejo, 29.07.2007
No dia seguinte, manhã cedo, parti à boleia com o filho da padeira para Vilar Formoso ... onde duas horas depois apanhei o autocarro dos Caminheiros ... para mais 8 dias no paraíso de Somiedo e dos valles del Oso.
7 de Agosto de 2011

domingo, 11 de março de 2007

Fevereiro e Março de 2007:  do Algarve à Serra da Peneda ... com passagem pelo Côa

Embora um jantar não seja uma jornada ao ar livre, o jantar do dia 13 de Fevereiro de 2007 merece referência neste blogue: 35 anos depois ... voltei a encontrar velhos companheiros do mergulho, num jantar de reencontro das antigas EBECs (Escolas de Brigadas Especiais de Campo).
Entretanto, a minha "família" caminheira tinha-me eleito como membro da Direcção  do  Grupo.  Para  além
O Côa no Moinho do Rato, Vale de Espinho, 5.03.2007
das filmagens das actividades ... passei assim a tomar conta das finanças da "família"... J; mas também a coordenar a respectiva componente informática. A estreia como tesoureiro foi na actividade de Carnaval, de 17 a 19 de Fevereiro de 2007, em terras de Castro Marim e Tavira.
A 2 de Março estávamos em Vale de Espinho, com outra amiga nossa de longa data ... à qual também claro que fomos mostrar a nossa serra ... e que viria a ser caminheira! Nesse fim de semana, a partir de Vale de Espinho, participo em mais uma actividade do CAAL (Clube Ar Livre), intitulada precisamente ... "Encostas do Côa"! No sábado, começando no Puerto de Santa Clara,
Segurando o barroco redondo,
Serra das Mesas, 5.03.2007
em Espanha, fizemos a cumeada das Torres das Ellas e das Mesas, até aos Foios. No domingo fomos para norte, num percurso de cerca de 23 km, entre a aldeia de Pereiro e a ponte da Excomungada, entre Pinhel e Castelo Rodrigo, com espectaculares panorâmicas do vale do Côa.
No fim de semana seguinte rumávamos ao Minho, com a já habitual equipa de  7  grandes  amigos.  Por  Cerveira,  Valença,  Paredes  de
Descendo do castelo de Castro Laboreiro, 10.03.2007
Coura e Mel-gaço, fomos a Castro Laboreiro e à Peneda. Dormimos nos antigos alojamentos de peregrinos, transformados em hotel ... o que me permitiu uma caminhada a solo na manhã de domingo... J.
À semelhança da travessia abortada do Gerês, em Outubro do ano anterior, saí cedo da Senhora da Peneda, antes das 6 da manhã ... com zero graus de temperatura. O percurso tinha de ser circular. Por isso, subi o primeiro 1,5 km pela estrada, até ao início do Colado da Fonte, seguindo depois um velho trilho que atravessa a serra em direcção ao Fojo, Portas e à branda da Bouça dos Homens. Tal como as brañas de Somiedo, as brandas são as pastagens e os povoamentos de altitude, para onde os rebanhos e os pastores se deslocavam no verão, em oposição às inverneiras, situadas nos vales.
Nas Portas, à vista da Bouça dos Homens e das alturas do Outeiro Alvo, contornei a Penameda a meia encosta, ligando o trilho de Portas ao da Chã do Monte, para a qual começava agora a descer.
Chã do Monte, Serra da Peneda, 11.03.2007
Esta panorâmica sobre a Chã do Monte - a represa que, na serra, alimenta as águas da Senhora da Peneda - é simplesmente espectacular. Bem como espectacular é, depois, a vertiginosa descida da Chã do Monte para o Santuário da Peneda, ao longo da famosa Fraga da Meadinha, parede rochosa que faz as delícias dos adeptos da escalada.
 
 
Ao meio dia estava de novo na Senhora da Peneda. Ainda fomos almoçar ao Soajo, após percorrer a velha estrada de Rouças, Tibo, Adrão, rumo ao Mezio; 25 anos antes ... ainda a tinha conhecido em bruto, de macadam. E por Ponte da Barca e Ponte de Lima ... regressámos a casa.
5 de Agosto de 2011

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Da última caminhada com alunos ... aos olivais de Pesqueiro

19 de Outubro de 2006: mais de 3 anos depois, volto a organizar uma excursão com alunos, à Arriba Fóssil da Costa da Caparica, e da Lagoa de Albufeira ao Cabo Espichel. Alunos de duas turmas do 10º
Arriba Fóssil da Caparica, 19.10.2006
Ano, minha e da minha ... colega especial. Uma jornada agradável, sem dúvida, de que os (poucos) alunos gostaram ... mas que em nada se comparava com as "aventuras" vividas durante mais de 20 anos. Os diversos "males" a que me referi no artigo "O princípio do fim do "meu" Ensino" continuavam e tinham-se agravado ... a começar por nova transformação dos próprios programas curriculares. O ensino que eu conhecera, pelo qual me apaixonara e ao qual me dedicara ... já não era o "meu" ensino.
Esta foi definitivamente a última actividade de campo com alunos ... e menos de 2 anos depois estava aposentado, voluntariamente e ante-
Da Lagoa de Albufeira ao Cabo Espichel
cipadamente. As actividades com os Caminheiros, essas sim claro que continuavam e continuariam. Cinco dias antes tinha estado em terras de Montemor-o-Novo e do Escoural; em Novembro, de Óbidos à Foz do Arelho; e, em Dezembro, por terras do Sobral de Monte Agraço. Já em 2007, a 13 de Janeiro caminhamos à beira Tejo, de Cacilhas à Trafaria, num percurso organizado por dois jovens caminheiros, menores de 16 anos.
Com os Caminheiros em terras do Sobral de Monte Agraço, 16.12.2006

As escapadelas no nosso retiro espiritual de Vale de Espinho claro que também continuavam ... sempre complementadas com "aventuras" maiores ou mais pequenas, a pé ou no velho UMM, por toda a zona raiana, de ambos os lados da fronteira. Voltando a 2006, o dia 9 de Dezembro foi o de uma peregrinação solitária, de "burro", pela vertente espanhola do Piçarrão, sobre Valverde. E no dia seguinte redescobri a nascente do Águeda, que apenas tinha mal visto quando da passagem com o CAAL, em dia quase de tempestade. Nascido na vertente oposta da Serra das Mesas, a menos de 1 km da nascente do Côa, o Águeda é bem o seu irmão gémeo, em terras de nuestros hermanos. A seguir ao Natal, passamos também 5 dias em Vale de Espinho  ...  e  no
A caminho de Pesqueiro, com a Marvana ao fundo, 29.12.2006
dia 29 parto à descoberta dos vales de Pesqueiro, contornando também a Marvana, pela Nogueira e o Madrão. Pesqueiro é um vale "sagrado" para os Valespinhenses. Muitos tinham ali olivais, em terras mais baixas, mais quentes e férteis. Muitos labutavam nos "ranchos" dos trabalhos agrícolas. Dada a distância, dormiam normalmente lá semanas, numa faina e em vivências tão bem relatadas, entre tantas outras, no recente livro do Valespinhense Dr. Manuel Martins Fernandes, "Memórias de infância… Raízes do coração". Durante a guerra civil de Espanha, o velho José Joaquim Malhadas, pai do meu saudoso sogro, que eu ainda conheci em 1973, e não só, foi preso em Pesqueiro, quando andava na lide das oliveiras, levado para Cáceres na onda da guerra. Libertado algum tempo depois, o cárcere valeu-lhe contudo a bronquite que havia de o acompanhar para o resto da vida.
Nos olivais de Pesqueiro,
29.12.2006
As velhas casas da Florida,
Pesqueiro, 29.12.2006
Memórias de um tempo perdido, mas não esquecido
Pesqueiro, 29.12.2006
No fim de semana de 2 a 4 de Fevereiro de 2007 estávamos de novo em Vale de Espinho, com o filho e nora mais novos ... e com uma jornada de mais de 50 km para mostrar a "minha" serra a um casal visitante. Levei-os, de "burro", ao Piçarrão e ao Picoto, ao Homem de Pedra, aos Urejais, ao Espírito Santo. Curiosamente, nunca levei ninguém às Fontes Lares, a não ser familiares que já as conheciam e que a elas estavam ligados. Aquele é um lugar só nosso ... um lugar mágico...
27 de Julho de 2011