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terça-feira, 11 de setembro de 2001

Da Baviera ao Danúbio, da jovem Eslovénia a Veneza

Verão de 2001: assinalando precisamente o início da estação estival, passamos mais um fim-de-semana em Alpedrinha, respirando os ares da Gardunha e em amenas cavaqueiras de amigos … incluindo o nosso júnior mais velho, então nos seus 23 anos.
E um mês depois partimos para novo périplo europeu a quatro, na caravana. À semelhança do ano anterior, a "equipa" é constituída pelo autor destas linhas, "sócia" e cunhados. No dia 20 de Julho de 2001, a partida
No Zell am See, 29.07.2001
é … às dez e meia da noite, para uma longa "etapa" de 1600 km seguidos até Tours, para os habituais dias em família. A verdadeira partida é portanto de Tours, 4 dias depois. Atravessada a França e cruzado o Reno, entramos na Alemanha. A Baviera é a primeira região a visitar, começando por Ulm … ao encontro do Danúbio. Em Dachau sentimos ainda viva a barbárie nazi. E depois de Munique, em direcção ao sul, começam as paisagens de lagos e montanhas, que nos iriam acompanhar ao longo dos dias seguintes. O lago de Starnberg e as montanhas de Neuschwanstein, com a mais fantástica das fantasias arquitecturais de Luís II da Baviera, foram o cartão de visita para a poesia que íamos viver naquelas paragens bávaras e austríacas, a caminho de Innsbrück, onde passámos o dia 27. Depois, sempre para leste, as cascatas de Krimml e o romântico Zell am See.
Transportando as bicicletas na autocaravana, um dia de descanso nas margens do lago permitiu-me um passeio de bicicleta matinal. 24 km à volta do Zell am See, desde as seis e meia da manhã, proporcionaram-me ver e filmar perspectivas de um extraordinário despertar da Natureza. Depois, no dia 30, seria a subida ao Grossglockner, o ponto mais alto da Áustria, com 3798 metros de altitude, integrado no Parque Nacional Hohe Tauern. A estrada sobe até aos 2369m, no Franz-Joseph's Höhe, frente ao Grossglockner e ao espectacular glaciar de Pastersee. Igualmente espectacular, o Edelweisspitz (2571m) é uma espectacular varanda sobre todo o maciço do Höhe Tauern.
Edelweisspitze, 30.07.2001
E o último dia de Julho foi dedicado a duas espectaculares obras da Natureza: as gargantas de Liechtenstein Klamm e as Grutas de Eisriesenwelt, as maiores grutas de gelo do mundo! O que ali vemos e sentimos é indescritível. Mesmo no verão, a temperatura no interior da gruta varia entre os -2º e os 0ºC! É o mundo subterrâneo do gelo.
Mas depois das maravilhas da Natureza, a natureza das coisas pregava-nos uma partida: dois rebentamentos de pneus obrigaram-nos a uma estadia ... à porta de uma garagem que nos fornecesse os
pneus no dia seguinte de manhã...J
Mas nos dois primeiros dias de Agosto estávamos em Salzburgo, a reviver Mozart, para depois seguirmos para o Salzkammergut, um mundo de lagos e montanhas que faz a imagem perfeita dos Alpes austríacos. O encanto destas paragens levou-nos a ficar um dia na pequena Traunkirchen, nas margens do Traunsee. Manhã desse dia ... novo passeio ciclista: 31 km até Gmunden e quase contornando o lago; à tarde ... mais 20 km! A panorâmica das colinas, sobre o lago ... parecia saída de um filme! Havia poesia e música no ar...
E ao 16º dia de viagem chegávamos de novo ao Danúbio, que 11 dias antes tínhamos visto bem mais jovem, em Ulm. E nesse dia 5 de Agosto chegávamos a Viena de Áustria, capital à qual reservámos os dois
dias seguintes. Depois ... iniciava-se o regresso. De Viena a Veneza, podíamos ir directamente, ou pela Eslovénia. A distância era sensivelmente a mesma. A curiosidade de conhecermos aquele jovem país, saído da ex-Jugoslávia, levou-nos a optar por essa segunda hipótese, passando mesmo pela capital, Ljubljana.
A magia de Veneza, Pádua e Verona construiu as últimas etapas propriamen-te ditas deste périplo.
E do Lago de Garda a Lisboa fizemos 2336 km ... em 3 dias.

Menos de um mês depois, a 11 de Setembro de 2001, assistia com o resto do mundo à derrocada das Torres Gémeas ... e à mudança do mundo em que vivemos!
22 de Maio de 2011