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sábado, 12 de novembro de 2005

A pé e de "burro", nos trilhos da Malcata e das Mesas

Regressado de Somiedo a 28 de Julho, com os Caminheiros, no dia seguinte parto para uma estadia de quase um mês em Vale de Espinho. Agora que tínhamos casa e "burro" (o UMM...), natural seria que as férias se passassem naquele que era já o nosso "retiro espiritual".  Ao longo desse quase  mês,  sucederam-
No bosque do Rio Bazágueda, junto
à Quinta do Major, 31.07.2005
se filhos e noras, irmão, cunhada, primos, amigos ... a quem eu tinha de mostrar as "minhas" terras!
Logo na manhã do dia 31, o "burro" levou-nos a nós e ao filho mais novo e nora à Quinta do Major. Naquele verão bastante seco, o Bazágueda praticamente não tinha água, mas a mancha florestal que encerra a Quinta, com a sua história e os seus segredos, é sempre aprazível e inspira carinho e respeito. Quantos homens e mulheres não labutaram naquelas terras toda a sua vida?  Quantas recordações gravadas nas memórias...

Nós vamos à Quinta,
da Quinta pois vimos.
Rio Bazágueda, 31.07.2005
Eu amo a Quinta
com todo o carinho!
.....................
Quando vou à Quinta
esqueço paixões...
Lembro-me velhos tempos,
lindas recordações!
.....................
Fui ali criado,
fui ali crescido,
que nunca me esqueci
do tempo antigo.
.....................
No tempo antigo
não havia carrinhos...
Mas Deus ajudava
Quinta do Major, 31.07.2005
a andar o caminho.
.....................
Desses lindos tempos,
dessa boa idade...
Agora de velho
é que chega a saudade!
.....................
Adeus LINDOS TEMPOS
e adeus BOA IDADE...
Eu morro de desgosto
com tanta saudade!!!

José Manuel F. Andrade,
natural de Vale de Espinho,
in http://andrade-ve.blogspot.com/

No primeiro dia de Agosto, a digressão foi até à barragem do Sabugal ... e até à primeira "doença" do "burro"...J! Fora as avarias ... o velho UMM trepou sempre onde o mandaram! Nos dias 8 e 10, foi a vez da Serra das Mesas, incluindo a nascente do Côa e o ponto mais alto da serra, já do lado de lá da raia ... para onde supostamente não há caminhos transitáveis para veículos motorizados.
De "burro" no alto da Serra das Mesas (1256m), 10.08.2005
De "burro" no alto da Serra das Mesas (1256m), 10.08.2005
Sobre o barroco "ratchado", na linha de fronteira, 10.08.2005
A fronteira "ratchou" o barroco...J, 10.08.2005
Caseta de Carabineiros e panorâmica para a Extremadura
Antiga caseta dos carabineiros, 10.08.2005
No dia 13 subi à Machoca, pela Pelada e Cabeço da Moira. E de 16 a 24 de Agosto sucederam-se mais 6 périplos pelos montes e vales daquelas minhas terras e serras. As Fontes Lares, claro, não podiam faltar. Mas também conheci as ruínas do Sabugal velho, na serra da Senhora dos Prazeres, sobre Aldeia Velha, "descobri" os recantos perdidos do Alcambar, conheci o Espigal e a sua água puríssima!
Opções na Malcata, 20.08.2005
No dia 20 de Agosto faço quase 80 km na Serra da Malcata, com o filho mais velho e nora. Cruzo a Ventosa e desço ao Bazágueda, procurando um outro caminho para a Quinta do Major. Passo os Basteiros e a Malhada Medronheira, subo aos Concelhos e ao Cabeço do Pão e Vinho, desço à barragem da Meimoa e ao Meimão, volto a subir ao Alízio e ao Espigal ... e dois dias depois rumo a Valverde!

No fim de Setembro e no fim de Outubro voltamos ao nosso retiro, aproveitando a ligação respectivamente ao feriado do 5 de Outubro e aos Santos. E lá vai o desbravar do Alcambar, do Nabo da Cresta, do vale da Maria, da Fonte Moura, dos Urejais, de cantos e recantos de uma serra cada vez mais minha.

Em Setembro levo de novo os Caminheiros à Gardunha, no fim-de-semana do Festival "Caminhos da Transumância". A caminhada de domingo ... é a caminhada transumante, do Fundão a Alpedrinha, acompanhando os rebanhos. E com os Caminheiros percorro a Mata Nacional dos Medos, da Caparica à Fonte da Telha, em 15 de Outubro, e a zona de Mação e Cardigos, em 12 de Novembro.
 
6 de Julho de 2011

quinta-feira, 28 de julho de 2005

6 dias nos Valles del oso e no paraíso de Somiedo!

Em Julho de 2005, eu estava nos Caminheiros Gaspar Correia há já quase 3 anos ... e não se tinha proporcionado ainda levá-los a nenhuma das minhas "terras natais"! Já tinha estado no Gerês com eles, mas não por minha orientação. A Vale de Espinho e às terras da raia, já várias vezes tinha feito a proposta, mas, sendo uma actividade de vários dias, não tinha ainda sido "eleita" para o calendário do Grupo. Assim, acabou por ser mais fácil que Somiedo fosse a primeira das "minhas" terras a dar a conhecer à minha "família" Caminheira, numa actividade extra, de verão. 6 dias, de 23 a 28 de Julho.



Tierra de leyendas, de vaqueiros, de osos, de bosques y lagos, de montañas, de buena gente...

No dia 23 de Julho, a já bem conhecida A66 leva-nos até à barragem do rio Luna. Já no final da "etapa", entrámos nas Asturies pelo Puerto Ventana (1586m de altitude), muito justamente também chamado
Sobre Villanueva de S.to Adriano, Ruta de las Xanas, 24.07.2005
a “Ventana del Paraíso”. Logo aí todos se começaram a maravilhar com as magníficas paisagens. Foram quase 800 Km até ao nosso primeiro destino, San Martín de Teverga, que partilha com os concelhos de Quirós, Proaza e Santo Adriano os chamados Valles del Oso (vales do urso), limítrofes com o Parque Natural de Somiedo. As instalações foram as camaratas do meu já conhecido Albergue San Martín, onde havíamos ficado com alunos 5 anos antes. De certo modo ... estava a transpor para os Caminheiros aquilo que havia feito com alunos durante mais de 20 anos!...
Onde levei portanto os Caminheiros, em 2005? Aos mesmos paraísos e às mesmas "aventuras" que tinham maravilhado os alunos! No dia 24 estávamos a fazer a Ruta de Las Xanas, a almoçar na Casa Generosa de Pedroveya, a visitar o Museu Etnográfico de Quirós. E, para grande orgulho meu, os Caminheiros estavam a começar a conhecer e a admirar aquelas paisagens deslumbrantes, a alma daquele povo que ama a terra, a vida,  o  ar  que respira,
Ruta de las Xanas, 24.07.2005
os bosques e as montanhas, de onde saem xanas e nuberus, através dos costumes e das tradições ancestrais, da cultura popular, da música, da gastronomia.
Ruta de las Xanas
O segundo dia nos valles del oso foi para a Senda del Oso, o trilho cilista igualmente feito com os alunos. Os ciclo-caminheiros fizeram cerca de 22 km e os pedestres 16,5 km. No fim, faltava uma bicicleta, quando já todos as tinham entregue.
Barragem de Valdemurio, Rio Trubia, 24.07.2005
Todos? Não! Um nosso amigo tinha passado pelo grupo como um OVNI e continuaria ainda a pedalar, se entretanto não lhe disséssemos que não era para ir até Lisboa de bicicleta...J! Lá vimos o cercado das ursas Paca e Tola, mas a Paca e a Tola estavam à sombra do arvoredo e não nos obsequiaram com a sua presença. E terminámos a tarde na Colegiata de San Pedro de Teverga, onde tivemos a prevista visita guiada ... seguida de uns bons momentos de convívio e degustação da sidra, no bar em frente...J!
Senda del Oso, 25.07.2005
Senda del Oso, 25.07.2005
Dia 26 partimos cedo de Teverga para Somiedo. 13 km depois estávamos no Puerto de San Lorenzo, onde começámos o percurso pedestre do Cordal de la Mesa ... que eu havia percorrido a solo no ano anterior. A dificuldade moderada que eu havia divulgado foi considerada um pouco mais do que moderada, mas toda a gente encheu as vistas e apreciou as espectaculares panorâmicas deste percurso. Em Saliencia, fim do percurso, o bar do Albergue foi também ricamente apreciado, já na companhia do meu "velho amigo" Roberto Menéndez. E às 6 e pouco da tarde estávamos no Hotel “Castillo del Alba” e no Camping “La Pomarada de Somiedo”, em Pola de Somiedo.
Cordal de La Mesa, 26.07.2005
Cordal de La Mesa, 26.07.2005
Braña de La Mesa, 26.07.2005
Veigas de Camayor, 27.07.2005
Dia 27, o grupo dividiu-se em dois: os mais resistentes, partiram comigo para o percurso dos Lagos de Saliencia. Em 2002, o Roberto tinha-me guiado com o grupo de alunos neste percurso. Agora, em 2005 ... guiei eu os Caminheiros, com base também no GPS e no estudo das cartas, com uma derivação em relação ao percurso feito 3 anos antes: em vez dos Picos Albos, para suavizar um pouco o percurso optei pelas Veigas de Camayor, "conquistando" assim o Lago del Valle por noroeste. Às três da tarde estávamos em Valle de Lago (e que bem souberam as cañas e os gins...J), terminando próximo de Villarin. Alguns ligeiros salpicos souberam até bem (e que saudades tínhamos de chuva...), em nada dificultando as extraordinárias panorâmicas daquelas paragens somedanas.
O Vale do Rio del Valle, desde sobre o Lago del Valle, Somiedo
Entretanto, a partir de Villar de Vildas, o grupo mais soft fez o percurso de La Pornacal, guiado pelo Roberto Menéndez, e daí à Braña Vieja, na base do espectacular vale de Cerezales e ao longo do rio Pigueña, um dos principais habitats do urso pardo cantábrico. A braña de la Pornacal é a maior e melhor conservada de Somiedo.
Braña de la Pornacal, vale do Pigueña, 27.07.2005
O sénior do grupo, com o guia Roberto Menéndez, 27.07.2005
A "Taberna Folk" que tinha servido de cenário a uma noite celta, em 2000, com alunos, tinha infelizmente mudado de gerência e deixado de fazer espectáculos. Mas ... eu tinha de arranjar uma noite com música asturiana...J! E pegando precisamente na pesquisa sobre os contactos de um dos membros dos Dubram, que haviam actuado em Santa Marina de Quirós em 2000 ... consegui uma actuação exclusiva do grupo folk asturiano La Bandina'l Tombo, no Camping, em Pola de Somiedo. E assim, a última noite destas "Astúrias 2005" foi de música, alegria ... e baile.
O último dia começou com o percurso à braña vaqueira de La Peral e ao Miradouro Príncipe de Astúrias, sobre o imponente vale de Somiedo. Depois ... foi o adeus às Astúrias e a estas terras de sonho. O regresso foi recheado de discursos emotivos, de histórias e de estórias que ficarão para sempre na história dos Caminheiros e de cada um dos que viveram aqueles dias.
4 de Julho de 2011

domingo, 17 de julho de 2005

Junceda - Calcedónia e Arado - Borrageiro - Teixeira: pelos tesouros do Gerês!

Em Julho de 2005 regressava ao "meu" Gerês! Desta vez "pela mão" do CAAL, no fim de  semana de 16  e
Do miradouro da Junceda, sobre o Gerês, 16.07.2005
17. E esta foi, sem dúvida alguma, a mais espectacular actividade em que participei com aquele Clube. Com base no Parque de Campismo da Cerdeira, fizemos duas caminhadas fantás-ticas, que me permitiram conhecer alguns tesouros do Gerês que, até aí, me estavam ainda escondidos. Sábado, a partir do parque, subimos à Junceda, ao geodésico das Lamas e ao mítico cabeço da Calcedónia, onde já diversas vezes tencionara ir. A Calcedónia é um cabeço granítico,
Fenda da Calcedónia, 16.07.05
cujo cimo se atinge atravessando uma estreita fenda situada entre duas enormes lajes graníticas. Ali terá existido uma lendária "cidade", mais provavelmente um povoado fortificado da alta idade média, de que se observam restos de muralha, feita de grandes blocos graníticos. A passagem da fenda da Calcedónia quase nos dá a sensação de uma passagem para outra dimensão, para um outro universo, um universo com a força do granito e dos três minerais que o compõem, o feldspato, a mica e o quartzo. Esse enigmático quartzo, composto por ametista, citrino, calcedónia, cornalina, ágata e jaspe. Dela, da calcedónia,
No cabeço da Calcedónia, 16.07.2005
diz-se que harmo-niza o corpo, a mente, o espírito e as emoções. Diz-se, também, que promove a estabilidade mental e é útil na comunicação verbal, proporcionando clareza de discurso.
Depois, domingo, a "aventura" era subir da Ponte do Arado ao Borrageiro, pela Chã de Pinheiro e Roca Negra, descendo depois aos autênticos paraísos perdidos do Camalhão e da Teixeira. E foi efectivamente uma jornada memorável, pelo Gerês puro e duro. Nunca o granito me revelara a nossa pequenês como naquele dia, ali, naquela imensidão de rocha. A dimensão granítica transfor-ma qualquer um em simples mortal, com o tempo bem definido. Mais do que palavras, as imagens revelam parte do mundo que se me estava a revelar, naquele mundo mágico do "meu" Gerês!
A Roca Alva, vista da Chã de Pinheiro, 17.07.2005
No Gerês puro e duro, a caminho do Borrageiro, 17.07.2005
Subida para o Borrageiro, 17.07.2005
Subida para o Borrageiro, 17.07.2005
Descida do Borrageiro para a Chã da Fonte, 17.07.2005
Do Borrageiro, descemos ao Curral do Camalhão e ao vale da Teixeira, pela Chã da Fonte. Outros dois tesouros escondidos! É claro que esta era uma caminhada dura para a maioria dos alunos que andaram comigo, mas, durante tantos anos a levar alunos, nunca imaginei que acima das piscinas naturais do Arado - onde até algumas vezes subi com alguns - existiam aqueles autênticos paraísos perdidos. O Camalhão e, principalmente, o vale da Teixeira ... é um autêntico Shangri-La, o vale perdido de James Hilton, onde o tempo parece deter-se, onde se acredita num mundo novo possível.
Mas ... tínhamos de regressar ao mundo real. E, em vez de regressar ao Arado, da Teixeira desviámos para poente, em direcção ao Varejeiro e à Pedra Bela, onde terminou esta fabulosa jornada "pelos tesouros do Gerês".
17 de Junho de 2011

                  
Cerdeira - Junceda - Calcedónia - Covide, 16.07.2005
Arado - Borrageiro - Camalhão - Teixeira - Pedra Bela, 17.07.2005
 

domingo, 12 de junho de 2005

Pelas serras de Vouzela ... com o Caramulo ali tão perto...

10 de Junho de 2005. 196ª Actividade Pedestre dos Caminheiros Gaspar Correia. Com eles, passo 3 dias
nas serras da região de Vouzela e Lafões. Sexta feira, fazemos uma caminhada de apenas 6 km, entre a Ponte Pedrinha e a Ponte de Ribamá, passando pelas ruínas "dos mouros" de Figueiredo das Donas e pela Serra da Manga, a leste de Vouzela. No dia seguinte, seguem-se 15 km de uma belíssima caminhada, entre Fornelo do Monte e Cabo de Vila, a sudoeste de Vouzela, paredes meias com a Serra do Caramulo e passando pelo cume geodésico de Janus (1043m alt.), o dolmen da Lapa da Meruge e a Capela de S.
Barnabé
. Pouco antes do fim da caminhada, a Torre de Alcofra foi outro ponto a assinalar neste percurso. Domingo, dia de regresso a Lisboa, a caminhada foi da Senhora do Castelo ao centro de Vouzela, seguindo-se uma visita à vila. Organizada pela nossa colega e amiga que me havia "levado" para os Caminheiros, esta actividade teve também o sabor especial de a mesma ter as suas raízes naquela bonita região de Lafões.
Ponte Pedrinha - Ponte de Ribamá, 10.06.2005
Fornelo do Monte - Lapa da Meruje - Cabo de Vila, 11.06.2005
16 de Junho de 2011

domingo, 29 de maio de 2005

Era uma vez uma casa em Vale de Espinho...

2005 foi o ano da "inauguração" da casa de Vale de Espinho. Os meus "instantâneos de ar livre", na raia Sabugalense, passavam a ter uma base! A primeira noite foi a de 25 de Fevereiro de 2005, mas 3 semanas antes tínhamos lá passado o Carnaval, assistindo por exemplo à montagem das mobílias. O Carnaval de 2005, em Vale de Espinho e na raia ... foi um Carnaval branco, como há muito não havia memória!
Mesmo assim, dia 7 ainda desafiei uns primos para me acompanharem na "minha" serra; subimos ao cabeço redondo e à raia, descobri a velha casa florestal do Canto da Ribeira, descemos às Braciosas ... e fizemos quase 15 km naquela tarde.
E temos uma casa em Vale de Espinho!
Vale de Espinho em tons de branco, 6.02.2005
Nunca desejei tanto um "objecto" como aquela casa! Do outro lado da vida, o nosso saudoso Zé "Malhadinhas" tinha também certamente acompanhado a sua construção, na terra onde nasceu e na qual quis ficar. A sua memória permanecerá para sempre, no granito das espessas paredes de pedra, na brancura da neve daquele primeiro inverno, no sussurrar do vento, no frio daquele gélido Fevereiro...

Rio Côa, com o CAAL, 2.04.2005
Em Março, passámos a Páscoa em Vale de Espinho. E eu acabo por passar lá quase duas semanas, já que o CAAL - Clube Ar Livre - tinha uma actividade programada ... a passar em Vale de Espinho. É claro que eu não podia perdê-la...J! Foi no dia 2 de Abril, uma jornada de Quadrazais até aos Llanos de Navasfrias, totalizando quase 25 km e cruzando a Serra das Mesas. Mas, dado que o grupo chegava a Quadrazais pelo Soito ... manhã bem cedo fiz 7 km suplementares, pela Có Pequena e Malhada Alta, até ao Soito.
Chegamos à velha ponte de Vale de Espinho, 2.04.2005
Grande parte do percurso foi feito com chuva, nomeadamente a subida ao marco geodésico das Mesas e a descida para os Llanos, pela nascente do Águeda, o rio irmão do Côa. Rio Águeda que no dia seguinte iria encontrar de novo, na segunda caminhada deste fim de semana com o CAAL, entre a castelhana San Felices de los Gallegos e Escarigo, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. De 2 para 3 de Abril, fiquei com o CAAL na aldeia de S. Sebastião, perto de Vilar Formoso ... onde uns anos depois levaria os "meus" Caminheiros Gaspar Correia. E regressei a Lisboa com o CAAL.
Casualmente, é durante a breve passagem pelos Foios, com o CAAL, que conheço o respectivo Presidente da Junta de Freguesia. Apaixonado pela sua terra e pelas suas gentes, a iniciativa e a dinâmica deste carismático autarca é conhecida em toda a raia; daquele encontro casual, no bem conhecido "El Dorado", resultou uma amizade e um contacto permanente, veiculando-me também o conhecimento e o contacto com outros autarcas, escritores, jornalistas e outras forças vivas das terras de Riba-Côa.
Quadrazais - Llanos de Navasfrias, com o CAAL, 2.04.2005
Alto da Serra das Mesas, com o CAAL, 2.04.2005
Mas o mês de Abril de 2005 seria pródigo em idas a Vale de Espinho: o fim de semana de 16 e 17, passamo-lo lá com os meus pais ... 31  anos  depois  de lá  terem ido a  primeira vez.  Uma  semana  depois,
aproveitando o feriado do 25 de Abril, é a vez do nosso "grupo dos seis": os dois casais que connosco partilham tantas "aventuras" vividas, vão conhecer o nosso retiro espiritual, como lhe comecei a chamar. Numa manhã chuvosa, vamos com eles à nascente do Côa, descemos aos Foios feitos "num pinto". Com eles, percorremos os lameiros do Côa ... que volto a percorrer na manhã de 25 de Abril, sozinho, enquanto os 5 dormem...J!
Entretanto as caminhadas sucedem-se, todos os meses, com os Caminheiros e/ou com o CAAL: no Paul de Tornada, Salir do Porto e Santiago do Cacém, em Março; em Porto de Mós e pela serra da Lua (Serra d'Aire), em Abril; no Castelo do Bode, Lorvão e Penacova, em Maio ... e de 25 a 29 de Maio voltamos a Vale de Espinho! Nas manhãs dos dias 27 e 29 faço mais de 45 km a pé e de bicicleta, desbravando a minha Malcata, saindo de casa pouco depois das 6 da manhã. Pela Pelada e Moura, revela-se-me a Malhada do Barroso, o comedouro de abutres da Ventosa; pelo Clérigo, desço a Lomba, o Poço do Inferno, a Casa do Preto.
Cruzamento de trilhos da Ventosa, 27.05.2005
O verde da Malcata salpicado pela chara e rosmaninho, 27.05.04
Ruínas da "Casa do Preto", 29.05.2005
Cabeço da Moura, 29.05.2005
Vale de Espinho, da Pelada, 29.05.2005
Lameiros de beira Côa, 29.05.2005
Os cantos e recantos da minha Malcata vão passando a ser cada vez mais meus, vou passando a conhecê-los como se com eles tivesse sempre vivido e convivido. E precisamente para conhecer melhor a minha Malcata ... em Junho de 2005 comprei um velho UMM, um heróico resistente às "aventuras" em que o meti, por trilhos e ladeiras de raposas e de javalis! Eu chamava-lhe "o meu burro" ... embora ele fosse menos teimoso que os asnos. O meu "burro" conheceu Vale de Espinho no dia 25 de Junho de 2005, quando o levei de Lisboa, aproveitando para uma passagem pelas terras da Gardunha, em prospecção para uma futura caminhada. E foi "baptizado" logo no dia seguinte, com uma travessia de 25 km ao longo da raia, da nascente do Côa a Vale de Espinho, pelo Lameirão dos Foios, Pedra Monteira e Cabeço da Moura.
O meu "burro" no Moinho do Rato, 26.06.2005
Aos comandos..., 26.06.2005
Cabeço da Pelada, 26.06.2005
Sobre os Foios, 26.06.2005
Enquanto durou ... creio que o meu "burro" também se apaixonou por Vale de Espinho, pelas bredas e veredas da Malcata, das Mesas e até de Espanha!
 
15 de Junho de 2011