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sexta-feira, 20 de abril de 1984

À descoberta de Doñana ... com passagem por Castro Marim

Em Fevereiro de 1984 voltei à Tapada de Mafra, com novos alunos de Ciências da Natureza,  do 7º ano de
Tapada de Mafra, rio Celebredo,
Fevereiro de 1984
escolaridade. Para além da visita propriamente dita, ali realizaram os respectivos trabalhos de campo ... e ali nasceriam algumas paixões, também neles, pela vida, pelos animais, pela Natureza.
Entretanto, a enciclopédia "A Fauna" e a série "Fauna Ibérica", do saudoso Félix Rodríguez de la Fuente, há anos que me vinham alimentando a vontade de conhecer Doñana ... o paraíso animal da Europa! No regresso do Gerês, em Março de 1983, alguns alunos me sugeriram igualmente uma visita àquele Parque Nacional, na Andaluzia, junto à foz do Guadalquivir. Em boa hora o fizeram, já que, depois de uma primeira visita em Abril de 84 ... voltei lá mais 5 vezes com alunos e outras duas em família e com amigos!
Com o mesmo núcleo base de alunos que já havia levado duas vezes ao Gerês - agora no 10º ano - a 16 de Abril de 1984 estávamos portanto a sair de Sacavém ... desta vez rumo ao sul. Se íamos visitar uma das
Sapal de Castro Marim, 17.04.1984
Parte do grupo, no Sapal, 17.04.1984
principais zonas húmidas da Europa ... porque não passar primeiro por uma das principais em Portugal, o Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António? Ao longo do Guadiana, o sapal constitui habitat de numerosas populações de aves aquáticas, nomeadamente flamingos e andorinhas-do-mar,
Nos esteiros de Castro Marim, 17.04.1984
albergando também diversas invernantes, como os graciosos pilritos. Como introdução para o que iríamos ver em Doñana, cruzámos o sapal a pé ... e a vau...J!
Dois dias depois estávamos a cruzar o Guadiana, a passar o porto de Huelva, a recordar Cristovão Colombo e as Américas ... e a chegar à Playa de Mazagón, onde na altura se situava o camping mais próximo de Doñana. Ali nos instalámos para as duas noites seguintes.
Camping Playa de Mazagón, 18.04.1984
O Parque Nacional de Doñana engloba uma fabulosa diversidade de ecossistemas, que vão dos cordões dunares litorais às marismas e aos cotos interiores. Visitar Doñana era, na Europa, há 27 anos, o sonho da maioria dos apaixonados pela Natureza e pela vida selvagem. Era a oportunidade de conhecer uma área protegida ao estilo dos grandes parques selvagens africanos, no que respeita nomeadamente a Mamíferos selvagens ... como o mítico e lendário lince ibérico. Já que na Malcata eles estavam infelizmente em regressão, com alguma sorte podia ser que víssemos algum.
Parque Nacional de Doñana, 19.04.1984
As visitas a Doñana já então eram visitas guiadas, a partir do Centro de El Acebuche, próximo de Matalascañas. Em veículos todo-o-terreno, percorremos cerca de 80 km completamente sem estradas, atravessando as zonas mais carismáticas daquele santuário natural.
Litoral do Parque Nacional de Doñana, 19.04.1984
Nas marismas do Guadalquivir, Doñana, 19.04.1984
Nos cotos de Doñana, 19.04.1984
Primeiro ao longo da praia, a caravana atravessou depois os chamados "corrales", onde os pinheiros mansos e as azinheiras vão sendo engolidos pelas areias. E chega-se ao grande pântano: Las Marismas; a água calma brilha como um espelho na extensão inundada. E, de novo no litoral, o percurso levou-nos à foz do Guadalquivir ... para fazermos os 30 km finais acompanhando o pôr-do-Sol, sempre ao longo da praia, da foz do Guadalquivir a Matalascañas, por vezes com bandos de aves aquáticas recortando-se sobre o disco dourado!

Foz do Guadalquivir, frente a Sanlúcar de Barrameda
Despedida de Doñana, 19.04.1984
Nesta jornada andaluza, levaria ainda os meus alunos a subirem o Guadalquivir ... para uma curta visita a Sevilha, no dia 20 de Abril. Um mês depois ... estaria de novo com parte deles noutras paragens...J!
5 de Fevereiro de 2011