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sexta-feira, 30 de agosto de 2002

Pelas terras celtas da Irlanda e Gales

Verão de 2002. A viagem à Inglaterra e Escócia já lá ia há 7 anos! Mas as terras celtas do País de Gales e da Irlanda tinham ficado para trás ... mas não tinham ficado esquecidas. Tínhamos de ir às ilhas britânicas...
Antes,  contudo,  no fim de semana de 7 a 9 de Junho a autocaravana levou-nos a um passeio  a  dois  por
No Golfo da Biscaia, a caminho de
Inglaterra e da Irlanda, 9.08.2002
terras do Zêzere: Ferreira do Zêzere, Dornes, Sertã, Vila de Rei, Constância. E no fim de semana de 19 a 21 de Julho ... reunimos a equipa viajante em Porto Covo, para um ensaio geral...J!
A equipa viajante baseava-se nos mesmos três casais e nas mesmas duas autocaravanas que, em 1995, tinham chegado a John O'Groats; apenas nos filhos houve variações. E, no dia 7 de Agosto de 2002 ... estávamos a partir rumo a Santander, onde íamos apanhar o barco para o sul de Inglaterra!
Esta viagem marítima Santander / Plymouth foi épica! Levaria supostamente 22 horas ... levou 26! O Golfo da Biscaia tem alturas "tenebrosas" ... e aquela noite e madrugada foram-no sem dúvida. Por volta das dez da noite, terminou um espectáculo de variedades ... e começou a aventura! O gigante dos mares tinha 11 andares, nós estávamos no oitavo ... mas as ondas chegavam lá! O paquete de
luxo, da "Brittany Ferries", mais parecia uma galé de condenados: gente enjoada, deitada no chão dos corredores e das salas. Os autofalantes informavam que se tratava de agitação normal naquela zona, supostamente a poucas milhas da costa da Bretanha ... enquanto que o meu recém-adquirido Magellan indicava estarmos afastados da costa e da rota normal. Tínhamos entrado na era dos GPSs...
O que se passou naquela noite não foi seguramente uma agitação marítima normal. Se o fosse, a tripulação teria tomado providências ... ao passo que na manhã seguinte a maioria dos artigos expostos nas lojas de bordo estavam partidos e espalhados pelo chão. Receosos de como estariam as nossas caravanas e os nossos haveres, quando por volta das 15 horas do dia seguinte nos deram autorização para descer lá fomos ... mas felizmente estava tudo bem. E assim, às 15:30h de uma 6ª feira 9 de Agosto ... estávamos a desembarcar em Plymouth, partindo desde logo para Weston-super-Mare, para o Bristol Channel ... e para Gales. A primeira visita foi às ruínas romanas de Caerleon, onde muitos acreditam que se terá localizado também a corte do rei Artur, a mítica Camelot .
Ao longo do Parque Nacional de Pembrokeshire, chegámos ao St. David's Head, o extremo sudoeste de Gales, e ao porto de Fishguard ... onde 34 anos antes eu tinha também embarcado para a Irlanda, com os meus pais! Dessa "longínqua" viagem à Irlanda, eu tinha guardado na memória as verdes colinas, o mar ... e a música irlandesa! Na Irlanda, a música parece andar no ar, junto com os sons de uma Natureza em harmonia com a paisagem humanizada ao longo de séculos e séculos.
No sul da Irlanda, destacámos o imponente Rock of Cashel, nas planícies de Tipperary, e as cidades de Cobh e Cork. No Cobh Heritage Centre, a antiga Queenstown, revivemos a história da emigração e as tragédias do Titanic e do Lusitania. Depois, rumámos a ocidente, em direcção a Killarney e ao respectivo Parque Nacional, num cenário de montanhas, lagos e campos verdejantes de excepcional beleza.
Mas entretanto estávamos a ser testemunhas de porque é que a Irlanda é verde: todos os dias chovia! Aliás, entre Cobh e Cork, tínhamos sido já intérpretes involuntários de um célebre filme de Emir Kusturica ...
com roupa molhada estendida por tudo quanto era sítio na caravana...J! E também éramos testemunhas da opção irlandesa de deixar as estradas para o fim do programa de renovação do país: em 2002, a maioria das estradas irlandesas eram péssimas, estreitas e sinuosas, raramente permitindo mais de 30 ou 40 km/h.
Killarney recebeu-nos por 3 noites, até porque decidimos fazer de autocarro a visita ao célebre anel de Kerry, o Ring of Kerry.  Em  Killarney  situa-se um dos mais célebres pubs de toda a Irlanda,  o
"Danny Man"; claro que não podíamos perder um espectáculo nocturno, um jantar ... e umas Guinness...J!
O Ring of Kerry é uma das regiões mais selvagens da West Coast of Ireland. Ao longo da Dingle Bay, o percurso mostrava-nos as paisagens de terra e de mar onde decorreram as filmagens de "A Filha de Ryan" e "Far and Away". Quase nos sentíamos parte dos filmes! No regresso, o autocarro proporcionou-nos uma espectacular panorâmica do Parque Nacional de Killarney, a partir do
miradouro de Ladie's View.
No dia 16 começámos a "corrida" para norte, passando o estuário do Shannon, Limerick, o castelo de Bunratty e o seu Folk Park, onde revivemos a Irlanda rural de há um século atrás, e terminando essa jornada em Lahinch ... onde fomos fustigados toda uma noite pelos ventos fortes do Atlântico. No dia seguinte, partimos à descoberta dos Cliffs of Moher, as célebres falésias de argila xistosa e grés, talhadas a pique sobre o mar e que representam a imagem típica da costa ocidental e selvagem da Irlanda. Seguiram-se as Grutas de Aillwee, a baía de Galway, Sligo, Donegal ... e entramos na Irlanda do Norte. Próximo de Portrush,  o atractivo natural número um da Irlanda do Norte  é  a  Calçada
Pôr-do-Sol em Ballycastle, 20.08.2002
dos Gigantes, a Giant's Causeway, conjunto de colunas basálticas mundialmente famosas, construídas segundo a lenda pelo gigante Finn MacCool, para que a sua amada transpusesse o mar, desde a ilha de Staffa, na Escócia. Mas a costa dos gigantes possui também a destilaria de whiskey mais antiga do mundo, em Bushmills, datada de 1608. Depois, ao longo da costa de Antrim, esperavam-nos paisagens de sonho ... e a ponte de corda de Carrick-a-rede, frente à ilha de Rathlin e à Escócia! E em Ballycastle, frente ao Mull of Kintyre ... encontrámos um excelente camping à beira mar, onde passámos um dia de descanso espectacular, coroado por um espectacular pôr-do-Sol.
No dia 21 de Agosto estávamos em Belfast, para no dia seguinte regressarmos à República da Irlanda. Estávamos no vale do Bóinne, berço da civilização irlandesa. E, ao 17º dia de viagem, chegávamos à capital, Dublin ... onde a noite é especial...! O "Brazen Head", o mais antigo pub irlandês, fez as nossas despedidas da ilha verde esmeralda. Pouco depois das 9 da manhã de 25 de Agosto, estávamos a largar do porto de Dublin, rumo a Holyhead, no País de Gales.
Nesta reentrada em Gales, agora pelo
norte e centro, depois do castelo de Caernarfon o objectivo principal era o Parque Nacional de Snowdonia, o segundo maior parque nacional da Grã-Bretanha.  Acampados no sopé do maciço de Snowdon, em Llamberis, o dia 26 de Agosto foi dedicado à montanha. O Snowdon Mountain Railway, obra de arte da engenharia victoriana, levou-nos ao cume do Snowdon, a 1085 metros de altitude. Os horizontes abriam-se e fascinavam-nos a cada curva da linha férrea. No cume ... senti-me viajar no espaço e no tempo, no espaço e no tempo da imaginação e do sonho...
Pq. Nacional de Snowdonia, 26.08.2002
Aproximávamo-nos rapidamente do fim. Dia 27 atravessávamos o interior de Gales, numa paisagem de vales verdejantes, montanhas e lagos, a lembrar a Escócia. Em MacHynlleth, o parque "Celtica" confronta-nos com a história, os mitos e as lendas celtas, o sangue da cultura e das tradições galesas. Mas o dia 27 era também o dia de um aniversário. O mentor desta "aventura celta" e autor destas linhas ... comemorava 49 anos! No dia seguinte, ao meio dia em ponto (pontualidade britânica...), estávamos a partir do porto de Plymouth, de regresso à nossa Ibéria, desembarcando em Santander 22 horas e meia depois. Desta vez, a viagem marítima foi calma...! A meio da tarde do dia 30 de Agosto estávamos em casa ... e tal como a sua antecessora 7 anos antes, esta viagem consolidou os laços de profunda amizade e união que já existiam entre os membros da "equipa". Afinal ... já todos tínhamos partilhado "aventuras" em conjunto, alegrias e tristezas, venturas e desventuras ... fragas e pragas de uma vida e de uma amizade sã e fraternal.
26 de Maio de 2011

sábado, 27 de abril de 2002

Ruta de los lagos: no paraíso dos Picos Albos e dos Lagos de Somiedo

25 de Abril de 2002. Vindos das "aventuras" no maciço central dos Picos de Europa, ao fim da tarde eu e o meu grupo de "aventureiros" estamos a entrar nas terras mágicas de Somiedo! A estrada é a de Belmonte de Miranda ... a estrada mágica que me havia cativado em 1997. Tal como em 2000, o destino era agora o Albergue de Saliencia; e, tal como nesse ano, o nosso anfitrião ia ser o seu gerente e guia de montanha, Roberto Menendez. O objectivo era fazer a Ruta de Los Lagos, que a rigorosa Primavera de 2000 não nos tinha permitido, devido à neve. Agora, em 2002, a Primavera era muito mais amena ... e percorremos a ruta de los lagos num espectacular dia de Sol e numa espectacular caminhada de 21 km, por aquelas terras de sonho. As terras de Somiedo eram, definitivamente, uma das minhas "terras natais"...
E Saliencia cativou também desde logo as jovens mentes que lá levei. O mundo ali é outro. É o mundo da paz, da serenidade, das águas que correm para o vale, das montanhas imponentes d'"Onde l'agua ñaz".
Alto de la Farrapona, 26.04.2002 - ia começar a ruta de los lagos
A expectativa era grande ... os receios de alguns perante uma caminhada grandinha também eram ... mas a vontade era muita. No dia 26, cedinho, estávamos a subir no autocarro até ao limite Astúrias / Leão, no alto da Farrapona, a 1800 metros de altitude. Era aí que começava a "aventura" ... foi aí que vimos o autocarro ir-se embora. O nosso "mestre" Roberto fez as apresentações do que íamos fazer e ver ao longo do dia e começámos a caminhada. Não demorámos muito a abeirarmo-nos do primeiro lago, o Lago de la Cueva. Estes lagos são lagos de origem glaciária, salpicando as montanhas com o cintilar de águas tranquilas e límpidas. Estávamos ... no paraíso...J!
Lago negro, ou de Calabazosa, 26.04.2002
O descanso de uma "guerreira"...J!
Revelando ainda as mazelas de antigas explorações mineiras, seguiu-se o Lago Negro, ou de Calabazosa. E, se já tínhamos subido um pouco em altitude ... a seguir o nosso guia Roberto aponta-nos para a "parede" que tínhamos à nossa frente: íamos subir o maciço dos Picos Albos, ao longo de uma vertente pedregosa que permitia ziguezaguear ... mas de muito razoável inclinação. Experiente nestas lides, o Roberto ia observando o comportamento do seu "rebanho", gerindo o ritmo de subida e as paragens de descanso em função do que observava. E assim, perto dos 2000 metros de altitude e do topo daqueles símbolos de Somiedo, extasiámo-nos primeiro com o espectáculo de diversas camurças em liberdade, correndo alegremente por aquelas montanhas (nos Picos de Europa tínhamos visto uma) e, pouco depois, com o espectáculo grandioso do Lago del Valle e do vale que dele parte ... vistos de cima!
O vale glaciário que parte do Lago del Valle, desde os Picos Albos, Somiedo, 26.04.2002
Lago del Valle, Somiedo, 26.04.2002
A descida dos Picos Albos para o lago pareceu vertiginosa! Descemos dos 1975 metros aos 1560 em menos de 1,5 km. Junto ao lago, uma das típicas cabanas de montanha de Somiedo - os teitos - recortava-se contra as águas. Autênticos quadros de uma beleza incomparável.
E do Lago del Valle descemos para a aldeia de Valle de Lago. Este era o percurso que eu e a minha "sócia" já conhecíamos, quando da segunda "incursão" em Somiedo, de autocaravana, em 1999. As autocaravanas vão a Somiedo ... mas os autocarros não. O nosso autocarro esperava-nos perto de Villarín, na estrada de Saliencia ... para a qual portanto ainda havia que passar. Pouco abaixo de Valle de Lago, um trilho ao longo de um desfiladeiro permite ligar os dois vales ... mas os pés da maioria do pessoal
Veigas de Villarín, Ecomuseu, 26.04.2002
já estavam um pouco massacrados. A água do rio Saliencia, ao chegar perto da estrada ... ainda foi assim mais divinal...J!
Veigas de Villarín, Ecomuseu, 26.04.2002
A ruta de los lagos no Wikiloc / Google Earth
 
Em Villarín, íamos ainda visitar um polo do Ecomu-seu de Somiedo. O nosso autocar-ro e motorista lá estavam na estrada, à nossa espera ... mas o Museu era em Veigas, mais abaixo ... e o autocarro estava virado para cima, para Saliencia. Assim ... houve que fazer quase 2 km em marcha atrás, naquela estradinha de curvas ... comigo e o nosso guia Roberto a fazer de "batedores", atrás do autocarro, para sinalizar relativamente a carros que vinham no mesmo sentido. Felizmente não apareceu mais nenhum carro pesado...J! Mas o esforço valeu a pena, a visita ao Ecomuseu foi interessantíssima, revelando muito dos costumes, tradições e cultura somedanos.

E assim regressámos a Saliencia ... para a última noite desta semana memorável! No dia seguinte foi o regresso a Lisboa, pelo Puerto de Somiedo e por Salamanca. As "aventuras" tinham ficado para trás ... e tinham deixado histórias e estórias...:

“Se o paraíso existe, nós estivemos lá!”
Daniela Mendes

“Natureza, convívio e amizade são por si 3 factores que desde logo tornam esta viagem única. Foi fantástico!”
Hugo Cunha

“A cada dia que passava mais eu amava cada dia que vivia ali ...”
Tânia Vieira

“Foi uma semana inesquecível. Conhecemos novas pessoas, convivemos, e acima de tudo aprendemos, tudo pela natureza.”
Marco António Faleiro

“É incrível como em 8 dias pode acontecer tanta coisa !”
Nuno Santos Oliveira
Fotos: Telo Ferreira Canhão
Mais fotos desta viagem, da autoria de Filipe Coelho
24 de Maio de 2011

quinta-feira, 25 de abril de 2002

Picos de Europa, versão 2002

Em 2002, eu tinha alunos do 11º e 12º anos, a maioria dos quais tinham ido ao Gerês em Abril de 2001. Faltava-lhes conhecer os Picos de Europa ... e Somiedo! A minha habitual colega bióloga (eheh...) partilhava alguns deles (em Técnicas Laboratoriais) e o meu velho companheiro destas lides, colega de História, juntou igualmente alunos da área humanista ... e a 20 de Abril de 2002 partíamos para a Cordilheira Cantábrica. Na altura, eu estava muito longe de prever o futuro, mas, à semelhança do Gerês no ano anterior, esta viria a ser a última actividade com alunos naquelas paragens...
Diversas características contribuíram contudo para que esta jornada, sendo a última ... tenha sido talvez a melhor conseguida, a mais bonita e "poética". Em Somiedo, fizemos finalmente a Ruta de Los Lagos, cancelada pela neve em 2000; nos Picos de Europa, o circuito de jeeps teve troços novos; e até o sentido geral foi o inverso do "tradicional", começando pela Cantábria, com escala em Osorno.
O segundo dia levou-nos à nascente do Ebro e às terras do Alto Campoó, subindo pela primeira vez com alunos ao Pico Tres Mares. Seguiu-se Santillana del Mar,  um cheirinho da costa cantábrica em  Comillas
Circo de Peña Remoña (teleférico
de Fuente De), 22.04.2002
e San Vicente de la Barquera, para depois descermos o desfiladeiro de La Hermida, em direcção ao "meu" velho Camping La Isla - Picos de Europa, em Potes, a partir do qual no dia 22 subimos ao Balcón del Cable, no teleférico de Fuente De. Mais uma vez, a envolvência daquelas montanhas e daquela Natureza agreste deu azo a que cada um vivesse a liberdade e a sua própria experiência, numa comunhão entre a alegria da amizade e do convívio com uma viagem ao íntimo de cada um dos participantes.
À tarde, seguiu-se o Mosteiro de Santo Toribio, a capela de São Miguel, a vila de Potes. E à noite ... voltámos ao miradouro da capela de São Miguel ... onde até se avistaram pirilampos gigantes...J! No dia seguinte ... mudávamo-nos para Arenas de Cabrales, para o também já velho camping Naranjo de Bulnes.
O dia 24 era o dia da "grande aventura": a Ruta del Cares e o circuito em todo-o-terrreno pelo maciço central dos Picos de Europa! Num esplêndido dia de Sol, as panorâmicas da "Garganta Divina", as sucessivas curvas e torrentes do rio, as quedas de água, tudo brilhava aos olhos daquele grupo de jovens maravilhados.
Ruta del Cares, 24.04.2002
Uma vez chegados a Caín, o almoço foi nas margens do Cares ... após o que nos esperavam os jeeps da Casa Cipriano. E que "aventura" vivemos naquela tarde. Querendo brindar-nos com um percurso ligeiramente diferente do dos outros anos em que os havia contratado, de Posada de Valdeón e do Puerto de Pandetrave seguimos para o Puerto de San Glorio, onde o monumento em pedra ao urso cantábrico foi ponto obrigatório de paragem, brincadeiras e filmagens.
Puerto de San Glorio, monumento ao urso, 24.04.2002
Do Puerto de San Glorio passámos para o vale de Liébana pela célebre pista de Cosgaya, subindo depois a Pembes, onde a pista atravessa um "túnel" por entre as próprias casas da aldeia. E de Pembes aos Puertos de Aliva, sempre a subir, a "odisseia" parecia quase um Troféu Camel. Nos Puertos de Aliva já estávamos de novo em terreno conhecido, com as habituais paragens no chalet real e na cumeada onde se atravessa a "fronteira" Cantábria / Astúrias. Aliás, mais uma vez, este périplo TT ligou as três comunidades dos Picos de Europa: Leão, Astúrias e Cantábria.
Pista de Cosgaya e Pembes, 24.04.2002
Puertos de Aliva, 24.04.2002
E pelas Vegas de Sotres descemos a Sotres ... e ao Bar Cipriano, da empresa dos jeeps. Depois, foi só descer a Arenas de Cabrales ... e estávamos no "nosso" Camping. Que aventura memorável!
A nossa "aventura" no Wikiloc / Google Earth
No dia seguinte, 25 de Abril, íamos partir para ocidente. Primeiro para o ocidente dos Picos de Europa - Covadonga e os Lagos Enol e Ercina - e depois para o ocidente das Astúrias ... para as terras mágicas de Somiedo!
Covadonga, 25.04.2002
Fotos: Telo Ferreira Canhão
Mais fotos desta viagem, da autoria de Filipe Coelho
24 de Maio de 2011

sábado, 30 de março de 2002

Do Paúl de Boquilobo às Serras da Freita e da Arada

A 22 de Outubro de 2001, começa a luta pela vida de uma das pessoas que mais me marcaram: enredado na praga da "doença dos tempos modernos", o pai da minha companheira de vida é operado. Dão-lhe 6 meses; durou 18...! No segundo semestre de 2001, não houve assim oportunidade nem ânimo para "aventuras"; limitámo-nos a um fim de semana em Évora, na autocaravana, de 23 a 25 de Novembro.
Paúl de Boquilobo, 9.02.2002
Em 2002, à medida que por vezes a evolução parecia querer mostrar milagres, "aventurámo-nos" o possível e quando possível.
No Carnaval, a caravana "levou-nos" ao parque de campismo da Golegã. A partir dele, conhecemos o Paúl de Boquilobo, importante zona húmida e reserva, nos terrenos alagadiços pelas margens do Tejo, Alviela e Almonda. E, Alviela acima, fui numa certa romagem de saudade aos Olhos de Água, as nascentes do Alviela, dos meus tempos da Espeleologia, onde também acampámos para os trabalhos com morcegos, quando estudantes da faculdade. Dos Olhos de Água, atravessámos a Serra de Candeeiros, acabando estes dias em Alcobaça e em Santa Cruz.
Frecha da Mizarela e Albergaria da Serra, 27.03.2002
Nas férias da Páscoa, também na caravana, passámos 4 dias em terras de Arouca. Há muito que a Serra da Freita e a Serra da Arada me chamavam ... e vim a perceber que muito justificadamente. Estávamos em terra de "pedras parideiras", estávamos na Frecha da Mizarela. Alimentada pelas águas do rio Caima, a cascata ronda os 75 metros de altura, sendo uma das mais altas da Europa, fora da Escandinávia. O camping
Parque do Merujal, 28.03.2002
do Merujal, em plena serra, foi a base para pequenos passeios a pé e de bicicleta, neste caso também sobre a vertente sul, sobre terras de Manhouce. E no dia 29 de Março descemos a Arouca, para depois rumar a sudeste, ao longo do rio Paivô, numa sucessão de aldeias perdidas em paisagens rurais de extraordinária beleza: Covelo de Paivô, Regoufe e as suas antigas minas, a recordar os Carris ... e o caminho para Drave, a aldeia deserta, onde, com pena, não houve tempo para ir.
Ponte de Telhe, vale do Paivô, 29.03.2002
Seguiu-se ... o Portal do Inferno. A estrada que liga o vale do Paivô ao S. Macário é uma das "aventuras" mais espectaculares! A estradinha preenche a pequena largura da cumeada, entre o vale da Drave, a sul, e o de Covas do Monte, a norte, ao longo de um verdadeiro portal para os abismos.
Estrada do Portal do Inferno, 29.03.2002
Portal do Inferno, entre Regoufe e Covas do Monte, 29.03.2002
E foi precisamente para Covas do Monte que descemos, ao encontro de outra aldeia perdida no isolamento do tempo e da serra. Como em tantas outras, já não há alunos na velha escola primária ... mas esta foi excelentemente reconvertida em restaurante, da Associação de Amigos da aldeia. Foi onde almoçámos, vivendo um pouco da ruralidade daquelas terras e gentes.
Encontro de amigos em Vouzela, 30.03.2002
 
De Covas do Monte, a única saída é pelo caminho de entrada. Regressámos ao S. Macário, descendo depois para S. Pedro do Sul e Vouzela.
E no sábado de Páscoa ... tínhamos encontro marcado em Vouzela...J. De 2 passámos rapidamente a 5, tendo a tarde permitido ainda um passeio pelas margens do rio Vouga.
 
23 de Maio de 2011