No início da Primavera de 2007, a
Serra de Ossa recebeu o grupo de Caminheiros, em Março. Depois foi a
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"Lá em baixo é Pesqueiro"... 1.04.2007 |
vez da barragem do
Divor, em Abril, da
Lagoa de Óbidos e da minha velha
Tapada de Mafra, em Maio. Mas no fim de Março e início de Abril, passámos 10 dias em
Vale de Espinho, em que voltei ao vale de
Pesqueiro ... agora com guias! Efectivamente, o valespinhense que me havia transformado o velho palheiro em casa, filho de mãe espanhola, tinha sido lá criado. E até a minha sogra, que conheceu bem o trabalho nos "ranchos", voltou a Pesqueiro naquele dia das mentiras de 2007 ... relembrando a verdade da faina do azeite, mais de 50 anos antes.
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Antiga casa da prensa, Pesqueiro, 1.04.2007 |
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Memórias perdidas no tempo, Prensa de Pesqueiro, 1.04.2007 |
E no dia 4 de Abril faço uma
caminhada solitária às
Ellas, a partir da Serra das Mesas. Pelos
Llanos de Navasfrias, desci a serra de
Figuerola, até à Ermida do Espírito Santo e ao
Canchal de las Muelas. No início do ano seguinte, o fojeiro Joaquim Dias publicaria "A Pita do Ti Zé Plim", que ele próprio apelidou de "novela-croniqueta"; ao lê-la, viria a recordar bem esta minha "aventura" dos Foios às Ellas.
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Serra das Mesas, 4.04.2007. Objectivo: Ellas |
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Regresso pelo Picoto, numa tarde fria e a ameaçar chuva |
O regresso foi por
Valverde del Fresno e pelo
Picoto, numa tarde fria e a ameaçar chuva. Tinha o meu "burro" à espera, entre os Foios e o Lameirão ... e quando lá cheguei tinha feito 31 km a pé.
11 a 13 de Maio foi outro fim de semana de fragas ... e pragas. O UMM levou-nos de novo à
Quinta do Major e a
Pesqueiro; há longos anos emigrada em França, a tia que nos acompanhou reviveu igualmente aqueles lugares "perdidos", e mostrou-os ao filho. No dia seguinte, participei numa caminhada organizada pela Câmara do Sabugal, entre
Malcata e
Vale de Espinho. Mas esse dia 13 de Maio ficaria marcado por
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Da Quinta do Major ao Cabeço do Pão e Vinho, TransMalcata, 2.06.07 |
um grave acidente de viação, em que a minha sogra perdeu o braço direito. Posteriormente reimplantado, nunca mais viria contudo a ter mobilidade. Paradoxalmente o acidente deu-se quando, com um casal de Vale de Espinho ... regressavam de Fátima!
Com os Caminheiros, em Junho foi a vez das terras de
Proença-a-Nova ... mas também os levo pela segunda vez a
Vale de Espinho, para uma caminhada extra, longa e mais dura que a média: a
TransMalcata, numa extensão de quase 30 km, ligando Vale de Espinho à Carreira de Tiro da
Meimoa, pela
Quinta do Major,
Concelhos e Monte do
Salgueirinho. E no dia seguinte ...
Foios -
Valverde, pelo caminho da Figuerola, que havia conhecido em Abril, regressando depois a Lisboa.
E entrávamos no verão de 2007. Com os Caminheiros, estava programada nova "aventura" asturiana ... mas no dia 27 de Julho havia uma caminhada nocturna, entre os
Foios e
Navasfrias, revivendo as
rotas do contrabando. Assim, parti sozinho para Vale de Espinho, nesse dia 27 de Julho, para viver as cenas dos "carregos", dos carabineiros e dos guardas fiscais ... já que não tinha vivido ao vivo esse jogo do gato e do rato, da luta pela vida e pela sobrevivência.
Dois dias depois, no meu velho "burro", desço o Piçarrão, passo Valverde, vou à descoberta do velho castelo de
Trevejo, qual pog inexpugnável, dominando a planície estremenha a sul, guarda avançada da Serra da Gata e do Xalmas, Jálama,
Xálima, ou Enxalma, consoante a variante linguística que se queira adoptar. Em Vale de Espinho e na raia, aquelas serranias são conhecidas por
Serra da Enxalma.
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Nas encostas do Xálima, com Trevejo à vista, 29.07.2007 |
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Castelo e aldeia de Trevejo, 29.07.2007 |
No dia seguinte, manhã cedo, parti à boleia com o filho da padeira para Vilar Formoso ... onde duas horas depois apanhei o autocarro dos Caminheiros ... para mais 8 dias no paraíso de Somiedo e dos
valles del Oso.
2 comentários:
Mas que história impressionante Callixto! É sempre delicioso ler estes belos textos, repletos de experiência e sabedoria!!
Só lamento muito o acidente de viação e as consequências irreversíveis que surgiram...esta vida é constituída por segundos recheados de felicidade para uns, e de momentos menos felizes para outros,teremos sempre de pensar que poderia ser bem pior, apesar de tudo!!
Continua a divulgar todas as fragas vividas, é fantástico!!
Um grande abraço da nossa parte :)
Obrigada mais uma vez pela excelente descrição que nos permite visualizar mesmo sem as fotografias (este foi mais um belo presente neste meu dia de aniversário - poder ler estes excelentes textos). Até breve (espero). Anabela
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