19 de Outubro de 2006: mais de 3 anos depois, volto a organizar uma excursão com alunos, à
Arriba Fóssil da Costa da Caparica, e da
Lagoa de Albufeira ao
Cabo Espichel. Alunos de duas turmas do 10º
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Arriba Fóssil da Caparica, 19.10.2006 |
Ano, minha e da minha ... colega especial. Uma jornada agradável, sem dúvida, de que os (poucos) alunos gostaram ... mas que em nada se comparava com as "aventuras" vividas durante mais de 20 anos. Os diversos "males" a que me referi no artigo "
O princípio do fim do "meu" Ensino" continuavam e tinham-se agravado ... a começar por nova transformação dos próprios programas curriculares. O ensino que eu conhecera, pelo qual me apaixonara e ao qual me dedicara ... já não era o "meu" ensino.
Esta foi definitivamente a última actividade de campo com alunos ... e menos de 2 anos depois estava aposentado, voluntariamente e ante-
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Da Lagoa de Albufeira ao Cabo Espichel |
cipadamente. As actividades com os
Caminheiros, essas sim claro que continuavam e continuariam. Cinco dias antes tinha estado em terras de Montemor-o-Novo e do
Escoural; em Novembro, de Óbidos à
Foz do Arelho; e, em Dezembro, por terras do
Sobral de Monte Agraço. Já em 2007, a 13 de Janeiro caminhamos à beira Tejo, de Cacilhas à
Trafaria, num percurso organizado por dois jovens caminheiros, menores de 16 anos.
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Com os Caminheiros em terras do Sobral de Monte Agraço, 16.12.2006 |
As escapadelas no nosso retiro espiritual de
Vale de Espinho claro que também continuavam ... sempre complementadas com "aventuras" maiores ou mais pequenas, a pé ou no velho UMM, por toda a zona raiana, de ambos os lados da fronteira. Voltando a 2006, o dia 9 de Dezembro foi o de uma peregrinação solitária, de "burro", pela vertente espanhola do
Piçarrão, sobre Valverde. E no dia seguinte redescobri a nascente do
Águeda, que apenas tinha mal visto quando da passagem com o CAAL, em dia quase de tempestade. Nascido na vertente oposta da Serra das Mesas, a menos de 1 km da nascente do Côa, o Águeda é bem o seu irmão gémeo, em terras de
nuestros hermanos. A seguir ao Natal, passamos também 5 dias em Vale de Espinho ... e no
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A caminho de Pesqueiro, com a Marvana ao fundo, 29.12.2006 |
dia 29 parto
à descoberta dos vales de Pesqueiro, contornando também a Marvana, pela
Nogueira e o
Madrão. Pesqueiro é um vale "sagrado" para os Valespinhenses. Muitos tinham ali olivais, em terras mais baixas, mais quentes e férteis. Muitos labutavam nos "ranchos" dos trabalhos agrícolas. Dada a distância, dormiam normalmente lá semanas, numa faina e em vivências tão bem relatadas, entre tantas outras, no recente livro do Valespinhense Dr. Manuel Martins Fernandes, "
Memórias de infância… Raízes do coração". Durante a guerra civil de Espanha, o velho José Joaquim Malhadas, pai do meu saudoso sogro, que eu
ainda conheci em 1973, e não só, foi preso em Pesqueiro, quando andava na lide das oliveiras, levado para Cáceres na onda da guerra. Libertado algum tempo depois, o cárcere valeu-lhe contudo a bronquite que havia de o acompanhar para o resto da vida.
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Nos olivais de Pesqueiro, |
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29.12.2006 |
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As velhas casas da Florida, |
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Pesqueiro, 29.12.2006 |
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Memórias de um tempo perdido, mas não esquecido |
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Pesqueiro, 29.12.2006 |
No fim de semana de 2 a 4 de Fevereiro de 2007 estávamos de novo em
Vale de Espinho, com o filho e nora mais novos ... e com uma jornada de mais de 50 km para mostrar a "minha" serra a um casal visitante. Levei-os, de "burro", ao
Piçarrão e ao
Picoto, ao
Homem de Pedra, aos
Urejais, ao
Espírito Santo. Curiosamente, nunca levei ninguém às
Fontes Lares, a não ser familiares que já as conheciam e que a elas estavam ligados. Aquele é um lugar só nosso ... um lugar mágico...
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