A paixão pelo Ensino, pela docência, pelo lidar com os jovens ... ganhou! Tanto mais que a minha companheira, "saída na rifa" das lides académicas, também perspectivava a carreira do ensino. Assim, num
ano lectivo ainda meio agitado pelas turbulências (1976 / 77), em Janeiro de 1977 iniciámos a última "etapa" da licenciatura em Biologia: o estágio educacional, no ainda Liceu Padre António Vieira. Íamos começar a tentar transmitir a sucessivas gerações de jovens a nossa paixão pelas Ciências da Vida, pela Natureza, pelos grandes espaços naturais!
28 de Maio de 1977 assinalaria a primeira de muitas actividades de campo realizadas com alunos. Pequena, modesta ... mas demos a conhecer aos nossos alunos de estágio a Tapada de Mafra, que nos havia sido revelada dois anos antes.
E a 20 de Julho terminávamos a Licenciatura. Éramos, doravante ... professores...J!
O estágio educacional, tal como aliás a maior parte do curso, tinha sido feito em paralelo com o emprego, que, desde Agosto de 1974,
tinha sido no Arquivo de Identificação de Lisboa. Ali fiz bons amigos ... e com eles passámos os verões de três anos consecutivos, em Santa Cruz e "arredores". Como já se nota na foto à esquerda, a Natureza ía-nos também trazer ... o primeiro filho! Na primeira quinzena de Outubro de 1977 deixei o Arquivo de Identificação, fomos colocados como professores ... e nasceu o João...J!
A Escola Secundária de Sacavém ia começar a fazer parte da minha vida, constituindo também ela origem e fim, em si mesma, da minha paixão pela Natureza, pelo pedestrianismo, pelo desbravar dos grandes espaços. Ao longo de 31 anos - apenas com 3 anos intermédios noutras escolas - largas centenas de alunos deixaram-me recordações as mais gratificantes. Se lhes transmiti a minha paixão pela Natureza e pelos seres vivos, o meu amor pelos campos, montanhas e vales - do estuário do Tejo aos Pirenéus, de
Castro Marim e de Doñana ao Gerês e à Cordilheira Cantábrica, a quase todas as ilhas dos Açores e da Madeira - também com eles aprendi de certo modo a viver e a conviver, a revivificar as minhas experiências e vivências. Muitos deles são, ainda hoje, bons amigos. A lição do Ribau tinha sido, creio ... bem aprendida.
Logo no primeiro ano de docência "a sério", o programa de Ciências da Natureza do 7º ano de escolaridade apontava para a realização de trabalhos de campo, fora dos muros da escola. Os jardins do Seminário dos Olivais, na Portela, estavam ali mesmo à mão para esses trabalhos. Mas, na manhã do dia 18 de Março de 1978, os noticiários disseram-me que a "minha" Faculdade de Ciências, na Rua da Escola Politécnica, tinha sido consumida pelo fogo! As lágrimas correram-me fáceis e, à tarde, depois das aulas, não me contive sem ir ver o que restou da tragédia, naquela que tinha sido a minha "casa", durante 5 anos.
E ainda nesse mesmo ano, dois locais "de culto" tinham de receber os meus alunos: a Arrábida ... e a Tapada de Mafra!
Na Tapada de Mafra, a caminho da
Tojeira, com o primeiro de muitos grupos de alunos - 28.05.1977 |
28 de Maio de 1977 assinalaria a primeira de muitas actividades de campo realizadas com alunos. Pequena, modesta ... mas demos a conhecer aos nossos alunos de estágio a Tapada de Mafra, que nos havia sido revelada dois anos antes.
E a 20 de Julho terminávamos a Licenciatura. Éramos, doravante ... professores...J!
Santa Cruz, Agosto de 1977 |
O estágio educacional, tal como aliás a maior parte do curso, tinha sido feito em paralelo com o emprego, que, desde Agosto de 1974,
Cabo Carvoeiro, Peniche, 4.08.1977 |
A Escola Secundária de Sacavém ia começar a fazer parte da minha vida, constituindo também ela origem e fim, em si mesma, da minha paixão pela Natureza, pelo pedestrianismo, pelo desbravar dos grandes espaços. Ao longo de 31 anos - apenas com 3 anos intermédios noutras escolas - largas centenas de alunos deixaram-me recordações as mais gratificantes. Se lhes transmiti a minha paixão pela Natureza e pelos seres vivos, o meu amor pelos campos, montanhas e vales - do estuário do Tejo aos Pirenéus, de
Trabalhos de campo nos jardins do Seminário dos Olivais, 20.02.1978 |
Logo no primeiro ano de docência "a sério", o programa de Ciências da Natureza do 7º ano de escolaridade apontava para a realização de trabalhos de campo, fora dos muros da escola. Os jardins do Seminário dos Olivais, na Portela, estavam ali mesmo à mão para esses trabalhos. Mas, na manhã do dia 18 de Março de 1978, os noticiários disseram-me que a "minha" Faculdade de Ciências, na Rua da Escola Politécnica, tinha sido consumida pelo fogo! As lágrimas correram-me fáceis e, à tarde, depois das aulas, não me contive sem ir ver o que restou da tragédia, naquela que tinha sido a minha "casa", durante 5 anos.
E ainda nesse mesmo ano, dois locais "de culto" tinham de receber os meus alunos: a Arrábida ... e a Tapada de Mafra!
Em excursão à Arrábida, 27.05.1978 |
Tapada de Mafra, 3.06.1978 |
30 de Janeiro de 2011
3 comentários:
Continuo a acompanhar com muito interesse esta tua "irrequieta" viagem no tempo, neste país inventado no séc. XII, que tem toda esta diversidade mesmo à mão. Nestas fotografias, a última, na Tapada de Mafra 1978, prendeu-me a atenção, ao reparar naquele grupo de gaiatos como nós éramos, junto do seu "prof", porque entretanto passaram 32 anos, alguns deles já viraram "profs", quiçá de Ciências...
Por acaso deste grupo não sei, mas é um facto que alguns ex-alunos meus ... chegaram a ser meus colegas ... como "profs" de Ciências!
E começa a vida de professor, que se confunde com a do missionário, à descoberta da vida ao ar livre e na defesa do meio ambiente!
Vamos gostar de ver o seu desenvolvimento!
Mousinho
Enviar um comentário