Este blog está programado e paginado para Microsoft Internet Explorer. Noutros browsers, é natural alguma desconfiguração.

domingo, 29 de maio de 2005

Era uma vez uma casa em Vale de Espinho...

2005 foi o ano da "inauguração" da casa de Vale de Espinho. Os meus "instantâneos de ar livre", na raia Sabugalense, passavam a ter uma base! A primeira noite foi a de 25 de Fevereiro de 2005, mas 3 semanas antes tínhamos lá passado o Carnaval, assistindo por exemplo à montagem das mobílias. O Carnaval de 2005, em Vale de Espinho e na raia ... foi um Carnaval branco, como há muito não havia memória!
Mesmo assim, dia 7 ainda desafiei uns primos para me acompanharem na "minha" serra; subimos ao cabeço redondo e à raia, descobri a velha casa florestal do Canto da Ribeira, descemos às Braciosas ... e fizemos quase 15 km naquela tarde.
E temos uma casa em Vale de Espinho!
Vale de Espinho em tons de branco, 6.02.2005
Nunca desejei tanto um "objecto" como aquela casa! Do outro lado da vida, o nosso saudoso Zé "Malhadinhas" tinha também certamente acompanhado a sua construção, na terra onde nasceu e na qual quis ficar. A sua memória permanecerá para sempre, no granito das espessas paredes de pedra, na brancura da neve daquele primeiro inverno, no sussurrar do vento, no frio daquele gélido Fevereiro...

Rio Côa, com o CAAL, 2.04.2005
Em Março, passámos a Páscoa em Vale de Espinho. E eu acabo por passar lá quase duas semanas, já que o CAAL - Clube Ar Livre - tinha uma actividade programada ... a passar em Vale de Espinho. É claro que eu não podia perdê-la...J! Foi no dia 2 de Abril, uma jornada de Quadrazais até aos Llanos de Navasfrias, totalizando quase 25 km e cruzando a Serra das Mesas. Mas, dado que o grupo chegava a Quadrazais pelo Soito ... manhã bem cedo fiz 7 km suplementares, pela Có Pequena e Malhada Alta, até ao Soito.
Chegamos à velha ponte de Vale de Espinho, 2.04.2005
Grande parte do percurso foi feito com chuva, nomeadamente a subida ao marco geodésico das Mesas e a descida para os Llanos, pela nascente do Águeda, o rio irmão do Côa. Rio Águeda que no dia seguinte iria encontrar de novo, na segunda caminhada deste fim de semana com o CAAL, entre a castelhana San Felices de los Gallegos e Escarigo, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. De 2 para 3 de Abril, fiquei com o CAAL na aldeia de S. Sebastião, perto de Vilar Formoso ... onde uns anos depois levaria os "meus" Caminheiros Gaspar Correia. E regressei a Lisboa com o CAAL.
Casualmente, é durante a breve passagem pelos Foios, com o CAAL, que conheço o respectivo Presidente da Junta de Freguesia. Apaixonado pela sua terra e pelas suas gentes, a iniciativa e a dinâmica deste carismático autarca é conhecida em toda a raia; daquele encontro casual, no bem conhecido "El Dorado", resultou uma amizade e um contacto permanente, veiculando-me também o conhecimento e o contacto com outros autarcas, escritores, jornalistas e outras forças vivas das terras de Riba-Côa.
Quadrazais - Llanos de Navasfrias, com o CAAL, 2.04.2005
Alto da Serra das Mesas, com o CAAL, 2.04.2005
Mas o mês de Abril de 2005 seria pródigo em idas a Vale de Espinho: o fim de semana de 16 e 17, passamo-lo lá com os meus pais ... 31  anos  depois  de lá  terem ido a  primeira vez.  Uma  semana  depois,
aproveitando o feriado do 25 de Abril, é a vez do nosso "grupo dos seis": os dois casais que connosco partilham tantas "aventuras" vividas, vão conhecer o nosso retiro espiritual, como lhe comecei a chamar. Numa manhã chuvosa, vamos com eles à nascente do Côa, descemos aos Foios feitos "num pinto". Com eles, percorremos os lameiros do Côa ... que volto a percorrer na manhã de 25 de Abril, sozinho, enquanto os 5 dormem...J!
Entretanto as caminhadas sucedem-se, todos os meses, com os Caminheiros e/ou com o CAAL: no Paul de Tornada, Salir do Porto e Santiago do Cacém, em Março; em Porto de Mós e pela serra da Lua (Serra d'Aire), em Abril; no Castelo do Bode, Lorvão e Penacova, em Maio ... e de 25 a 29 de Maio voltamos a Vale de Espinho! Nas manhãs dos dias 27 e 29 faço mais de 45 km a pé e de bicicleta, desbravando a minha Malcata, saindo de casa pouco depois das 6 da manhã. Pela Pelada e Moura, revela-se-me a Malhada do Barroso, o comedouro de abutres da Ventosa; pelo Clérigo, desço a Lomba, o Poço do Inferno, a Casa do Preto.
Cruzamento de trilhos da Ventosa, 27.05.2005
O verde da Malcata salpicado pela chara e rosmaninho, 27.05.04
Ruínas da "Casa do Preto", 29.05.2005
Cabeço da Moura, 29.05.2005
Vale de Espinho, da Pelada, 29.05.2005
Lameiros de beira Côa, 29.05.2005
Os cantos e recantos da minha Malcata vão passando a ser cada vez mais meus, vou passando a conhecê-los como se com eles tivesse sempre vivido e convivido. E precisamente para conhecer melhor a minha Malcata ... em Junho de 2005 comprei um velho UMM, um heróico resistente às "aventuras" em que o meti, por trilhos e ladeiras de raposas e de javalis! Eu chamava-lhe "o meu burro" ... embora ele fosse menos teimoso que os asnos. O meu "burro" conheceu Vale de Espinho no dia 25 de Junho de 2005, quando o levei de Lisboa, aproveitando para uma passagem pelas terras da Gardunha, em prospecção para uma futura caminhada. E foi "baptizado" logo no dia seguinte, com uma travessia de 25 km ao longo da raia, da nascente do Côa a Vale de Espinho, pelo Lameirão dos Foios, Pedra Monteira e Cabeço da Moura.
O meu "burro" no Moinho do Rato, 26.06.2005
Aos comandos..., 26.06.2005
Cabeço da Pelada, 26.06.2005
Sobre os Foios, 26.06.2005
Enquanto durou ... creio que o meu "burro" também se apaixonou por Vale de Espinho, pelas bredas e veredas da Malcata, das Mesas e até de Espanha!
 
15 de Junho de 2011

Sem comentários: