2005 foi o ano da "inauguração" da casa de
Vale de Espinho. Os meus "instantâneos de ar livre", na raia Sabugalense, passavam a ter uma base! A primeira noite foi a de 25 de Fevereiro de 2005, mas 3 semanas antes tínhamos lá passado o Carnaval, assistindo por exemplo à montagem das mobílias. O Carnaval de 2005, em Vale de Espinho e na raia ... foi um Carnaval branco, como há muito não havia memória!
Mesmo assim, dia 7 ainda desafiei uns primos para me acompanharem na "minha" serra; subimos ao cabeço redondo e à raia, descobri a velha casa florestal do
Canto da Ribeira, descemos às
Braciosas ... e fizemos quase 15 km naquela tarde.
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E temos uma casa em Vale de Espinho! |
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Vale de Espinho em tons de branco, 6.02.2005 |
Nunca desejei tanto um "objecto" como aquela casa! Do outro lado da vida, o nosso saudoso Zé "Malhadinhas" tinha também certamente acompanhado a sua construção, na terra onde nasceu e na qual quis ficar. A sua memória permanecerá para sempre, no granito das espessas paredes de pedra, na brancura da neve daquele primeiro inverno, no sussurrar do vento, no frio daquele gélido Fevereiro...
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Rio Côa, com o CAAL, 2.04.2005 |
Em Março, passámos a Páscoa em
Vale de Espinho. E eu acabo por passar lá quase duas semanas, já que o
CAAL - Clube Ar Livre - tinha uma actividade programada ... a passar em Vale de Espinho. É claro que eu não podia perdê-la...
J! Foi no dia 2 de Abril, uma jornada de
Quadrazais até aos Llanos de Navasfrias, totalizando quase 25 km e cruzando a Serra das Mesas. Mas, dado que o grupo chegava a Quadrazais pelo Soito ... manhã bem cedo fiz 7 km suplementares, pela Có Pequena e Malhada Alta, até ao
Soito.
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Chegamos à velha ponte de Vale de Espinho, 2.04.2005 |
Grande parte do percurso foi feito com chuva, nomeadamente a subida ao marco geodésico das
Mesas e a descida para os
Llanos, pela nascente do
Águeda, o rio irmão do Côa. Rio Águeda que no dia seguinte iria encontrar de novo, na segunda caminhada deste fim de semana com o CAAL, entre a castelhana
San Felices de los Gallegos e Escarigo, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. De 2 para 3 de Abril, fiquei com o CAAL na aldeia de S. Sebastião, perto de Vilar Formoso ... onde uns anos depois levaria os "meus" Caminheiros Gaspar Correia. E regressei a Lisboa com o CAAL.
Casualmente, é durante a breve passagem pelos
Foios, com o CAAL, que conheço o respectivo Presidente da Junta de Freguesia. Apaixonado pela sua terra e pelas suas gentes, a iniciativa e a dinâmica deste carismático autarca é conhecida em toda a raia; daquele encontro casual, no bem conhecido "El Dorado", resultou uma amizade e um contacto permanente, veiculando-me também o conhecimento e o contacto com outros autarcas, escritores, jornalistas e outras forças vivas das terras de Riba-Côa.
Quadrazais - Llanos de Navasfrias, com o CAAL, 2.04.2005 |
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Alto da Serra das Mesas, com o CAAL, 2.04.2005 |
Mas o mês de Abril de 2005 seria pródigo em idas a
Vale de Espinho: o fim de semana de 16 e 17, passamo-lo lá com os meus pais ... 31 anos depois de lá terem ido a primeira vez. Uma semana depois,
aproveitando o feriado do 25 de Abril, é a vez do nosso "grupo dos seis": os dois casais que connosco partilham tantas "aventuras" vividas, vão conhecer o nosso retiro espiritual, como lhe comecei a chamar. Numa manhã chuvosa, vamos com eles à nascente do Côa, descemos aos
Foios feitos "num pinto". Com eles, percorremos os lameiros do Côa ... que volto a percorrer na manhã de 25 de Abril, sozinho, enquanto os 5 dormem...
J!
Entretanto as caminhadas sucedem-se, todos os meses, com os Caminheiros e/ou com o CAAL: no Paul de Tornada, Salir do Porto e Santiago do Cacém, em Março; em Porto de Mós e pela serra da Lua (Serra d'Aire), em Abril; no Castelo do Bode, Lorvão e Penacova, em Maio ... e de 25 a 29 de Maio voltamos a
Vale de Espinho! Nas manhãs dos dias 27 e 29 faço mais de 45 km a pé e de bicicleta, desbravando a minha
Malcata, saindo de casa pouco depois das 6 da manhã. Pela
Pelada e
Moura, revela-se-me a
Malhada do Barroso, o comedouro de abutres da
Ventosa; pelo
Clérigo, desço a
Lomba, o
Poço do Inferno, a
Casa do Preto.
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Cruzamento de trilhos da Ventosa, 27.05.2005 |
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O verde da Malcata salpicado pela chara e rosmaninho, 27.05.04 |
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Ruínas da "Casa do Preto", 29.05.2005 |
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Cabeço da Moura, 29.05.2005 |
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Vale de Espinho, da Pelada, 29.05.2005 |
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Lameiros de beira Côa, 29.05.2005 |
Os cantos e recantos da minha Malcata vão passando a ser cada vez mais meus, vou passando a conhecê-los como se com eles tivesse sempre vivido e convivido. E precisamente para conhecer melhor a minha Malcata ... em Junho de 2005 comprei um velho
UMM, um heróico resistente às "aventuras" em que o meti, por trilhos e ladeiras de raposas e de javalis! Eu chamava-lhe "o meu burro" ... embora ele fosse menos teimoso que os asnos. O meu "burro" conheceu Vale de Espinho no dia 25 de Junho de 2005, quando o levei de Lisboa, aproveitando para uma passagem pelas terras da
Gardunha, em prospecção para uma futura caminhada. E foi "baptizado" logo no dia seguinte, com uma travessia de 25 km ao longo da raia, da nascente do Côa a
Vale de Espinho, pelo Lameirão dos Foios, Pedra Monteira e Cabeço da Moura.
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O meu "burro" no Moinho do Rato, 26.06.2005 |
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Aos comandos..., 26.06.2005 |
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Cabeço da Pelada, 26.06.2005 |
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Sobre os Foios, 26.06.2005 |
Enquanto durou ... creio que o meu "burro" também se apaixonou por Vale de Espinho, pelas
bredas e veredas da Malcata, das Mesas e até de Espanha!
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