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sábado, 30 de março de 2002

Do Paúl de Boquilobo às Serras da Freita e da Arada

A 22 de Outubro de 2001, começa a luta pela vida de uma das pessoas que mais me marcaram: enredado na praga da "doença dos tempos modernos", o pai da minha companheira de vida é operado. Dão-lhe 6 meses; durou 18...! No segundo semestre de 2001, não houve assim oportunidade nem ânimo para "aventuras"; limitámo-nos a um fim de semana em Évora, na autocaravana, de 23 a 25 de Novembro.
Paúl de Boquilobo, 9.02.2002
Em 2002, à medida que por vezes a evolução parecia querer mostrar milagres, "aventurámo-nos" o possível e quando possível.
No Carnaval, a caravana "levou-nos" ao parque de campismo da Golegã. A partir dele, conhecemos o Paúl de Boquilobo, importante zona húmida e reserva, nos terrenos alagadiços pelas margens do Tejo, Alviela e Almonda. E, Alviela acima, fui numa certa romagem de saudade aos Olhos de Água, as nascentes do Alviela, dos meus tempos da Espeleologia, onde também acampámos para os trabalhos com morcegos, quando estudantes da faculdade. Dos Olhos de Água, atravessámos a Serra de Candeeiros, acabando estes dias em Alcobaça e em Santa Cruz.
Frecha da Mizarela e Albergaria da Serra, 27.03.2002
Nas férias da Páscoa, também na caravana, passámos 4 dias em terras de Arouca. Há muito que a Serra da Freita e a Serra da Arada me chamavam ... e vim a perceber que muito justificadamente. Estávamos em terra de "pedras parideiras", estávamos na Frecha da Mizarela. Alimentada pelas águas do rio Caima, a cascata ronda os 75 metros de altura, sendo uma das mais altas da Europa, fora da Escandinávia. O camping
Parque do Merujal, 28.03.2002
do Merujal, em plena serra, foi a base para pequenos passeios a pé e de bicicleta, neste caso também sobre a vertente sul, sobre terras de Manhouce. E no dia 29 de Março descemos a Arouca, para depois rumar a sudeste, ao longo do rio Paivô, numa sucessão de aldeias perdidas em paisagens rurais de extraordinária beleza: Covelo de Paivô, Regoufe e as suas antigas minas, a recordar os Carris ... e o caminho para Drave, a aldeia deserta, onde, com pena, não houve tempo para ir.
Ponte de Telhe, vale do Paivô, 29.03.2002
Seguiu-se ... o Portal do Inferno. A estrada que liga o vale do Paivô ao S. Macário é uma das "aventuras" mais espectaculares! A estradinha preenche a pequena largura da cumeada, entre o vale da Drave, a sul, e o de Covas do Monte, a norte, ao longo de um verdadeiro portal para os abismos.
Estrada do Portal do Inferno, 29.03.2002
Portal do Inferno, entre Regoufe e Covas do Monte, 29.03.2002
E foi precisamente para Covas do Monte que descemos, ao encontro de outra aldeia perdida no isolamento do tempo e da serra. Como em tantas outras, já não há alunos na velha escola primária ... mas esta foi excelentemente reconvertida em restaurante, da Associação de Amigos da aldeia. Foi onde almoçámos, vivendo um pouco da ruralidade daquelas terras e gentes.
Encontro de amigos em Vouzela, 30.03.2002
 
De Covas do Monte, a única saída é pelo caminho de entrada. Regressámos ao S. Macário, descendo depois para S. Pedro do Sul e Vouzela.
E no sábado de Páscoa ... tínhamos encontro marcado em Vouzela...J. De 2 passámos rapidamente a 5, tendo a tarde permitido ainda um passeio pelas margens do rio Vouga.
 
23 de Maio de 2011

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