Entrávamos em 1997! O Natal de 96 tinha sido, de certo modo ... também uma "aventura"! Com três gerações a bordo da autocaravana - pais e filhos - fomos passar o Natal ao Luxemburgo ... a casa do irmão. Já em 1990 tínhamos passado lá a quadra, mas sem "campismo itinerante" e, principalmente ... sem 14º abaixo de zero! Tais foram, efectivamente, as temperaturas atingidas naquele inverno, na Europa central! Só em Vilar Formoso, à volta, a grossa camada de gelo que cobria o capot, o tejadilho e outras partes da caravana começou a quebrar-se e a derreter!
Um fim de semana também autocaravanístico leva-nos ao Castelo do Bode, Ourém e Grutas de Mira d'Aire (8 e 9 de Fevereiro). E, a 19 de Fevereiro ... recebo um muito saboroso "Fresco" ... vindo de amigo de longa data ... companheiro de tantas "aventuras", com alunos e sem eles ... aquele que me diz que eu sou uma força da Natureza ... que eu fui cabrito-montês ... que eu faço parte dos montes e das serras!
É este o sabor da Amizade ... é este o sabor da Vida!
FRESCO
Nós somos os campesinos
que sempre vivemos na cidade,
solidários com a natureza
em agonia:
o carvalho secular
feito em tábuas,
aves de cantaria.
Limpámos as nascentes
só por elas,
descobrimos o purismo.
Nunca vimos deuses
nas nossas serras
e amámo-las por isso.
Filtramos os perfumes
mais silvestres,
escrevemos sobre o arminho,
rodamos com a abóbada celeste
e as velas do moinho.
Somos a água das azenhas.
Comemos o pão saído
da alcofa do padeiro
redimido pelo letreiro
"cozido em forno de lenha."
São-nos adversas as casas
onde não bate uma asa;
abrimos armários cheios
de cassettes de gorjeios.
Um fim de semana também autocaravanístico leva-nos ao Castelo do Bode, Ourém e Grutas de Mira d'Aire (8 e 9 de Fevereiro). E, a 19 de Fevereiro ... recebo um muito saboroso "Fresco" ... vindo de amigo de longa data ... companheiro de tantas "aventuras", com alunos e sem eles ... aquele que me diz que eu sou uma força da Natureza ... que eu fui cabrito-montês ... que eu faço parte dos montes e das serras!
É este o sabor da Amizade ... é este o sabor da Vida!
2 de Abril de 2011
FRESCO
Nós somos os campesinos
que sempre vivemos na cidade,
solidários com a natureza
em agonia:
o carvalho secular
feito em tábuas,
aves de cantaria.
![]() |
Limpámos as nascentes
só por elas,
descobrimos o purismo.
Nunca vimos deuses
nas nossas serras
e amámo-las por isso.
Filtramos os perfumes
mais silvestres,
escrevemos sobre o arminho,
rodamos com a abóbada celeste
e as velas do moinho.
Somos a água das azenhas.
Comemos o pão saído
da alcofa do padeiro
redimido pelo letreiro
"cozido em forno de lenha."
São-nos adversas as casas
onde não bate uma asa;
abrimos armários cheios
de cassettes de gorjeios.
Ao meu amigo José Carlos
Callixto, meu mestre nas
Ciências da Natureza. 19.2.97
Luís Boavida
Callixto, meu mestre nas
Ciências da Natureza. 19.2.97
Luís Boavida
Sem comentários:
Enviar um comentário