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quarta-feira, 19 de fevereiro de 1997

"Fresco"...

Entrávamos em 1997! O Natal de 96 tinha sido, de certo modo ... também uma "aventura"! Com três gerações a bordo da autocaravana - pais e filhos - fomos passar o Natal ao Luxemburgo ... a casa do irmão. Já em 1990 tínhamos passado lá a quadra, mas sem "campismo itinerante" e, principalmente ... sem 14º abaixo de zero! Tais foram, efectivamente, as temperaturas atingidas naquele inverno, na Europa central! Só em Vilar Formoso, à volta, a grossa camada de gelo que cobria o capot, o tejadilho e outras partes da caravana começou a quebrar-se e a derreter!
Um fim de semana também autocaravanístico leva-nos ao Castelo do Bode, Ourém e Grutas de Mira d'Aire (8 e 9 de Fevereiro). E, a 19 de Fevereiro ... recebo um muito saboroso "Fresco" ... vindo de amigo de longa data ... companheiro de tantas "aventuras", com alunos e sem eles ... aquele que me diz que eu sou uma força da Natureza ... que eu fui cabrito-montês ... que eu faço parte dos montes e das serras!
É este o sabor da Amizade ... é este o sabor da Vida!
2 de Abril de 2011


FRESCO

Nós somos os campesinos
que sempre vivemos na cidade,
solidários com a natureza
em agonia:
o carvalho secular
feito em tábuas,
aves de cantaria.

Limpámos as nascentes
só por elas,
descobrimos o purismo.
Nunca vimos deuses
nas nossas serras
e amámo-las por isso.

Filtramos os perfumes
mais silvestres,
escrevemos sobre o arminho,
rodamos com a abóbada celeste
e as velas do moinho.

Somos a água das azenhas.
Comemos o pão saído
da alcofa do padeiro
redimido pelo letreiro
"cozido em forno de lenha."

São-nos adversas as casas
onde não bate uma asa;
abrimos armários cheios
de cassettes de gorjeios.
Ao meu amigo José Carlos
Callixto, meu mestre nas
Ciências da Natureza.     19.2.97
Luís Boavida

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